Jovem denuncia estupro durante abordagem policial em Saquarema: ‘Ele falou que se eu falasse alguma coisa ia me matar e colocar minha amiga presa’

Uma jovem de 18 anos denunciou ter sido sequestrada e estuprada em uma abordagem policial em Vilatur, em Saquarema, na Região dos Lagos. Ela afirma que foi levada por três policiais para um matagal, onde foi violentada sexualmente por mais de 20 minutos. O laudo do exame de corpo de delito da jovem deu positivo para conjunção carnal recente.

A mulher, que não quis ter o nome revelado, afirma que os agentes do Programa Estadual de Integração na Segurança (PROEIS) também a agrediram fisicamente de 23h de quarta-feira (26) até 2h de quinta-feira (27).

Segundo a jovem, ela estava com uma amiga em um bar em Bacaxá, quando os policiais chegaram ao estabelecimento questionando se elas conheciam três homens que haviam fugido do local pouco antes. O trio abandonou alguns pinos de cocaína no estabelecimento.

Mesmo negando conhecer os suspeitos, ela e a amiga foram encaminhadas à 124°DP (Saquarema). A jovem contou que, logo depois, elas foram levadas para a mata, onde foram agredidas. “Eles começaram a agredir a gente. [Um dos policiais] falou que ia cortar meu cabelo e começou a bater na minha amiga”, contou a vítima.

Depois de alguns minutos, a jovem de 18 anos pediu para ir urinar. Um dos agentes a seguiu e a estuprou enquanto a ameaçava com um canivete na barriga. “Ele falou que se eu falasse alguma coisa ia me matar e colocar minha amiga presa”, disse a jovem.

Após a sessão de violência, os policiais deixaram as mulheres em uma estrada próximo ao bar onde foram abordadas inicialmente em Bacaxá. Segundo a denunciante, a amiga não foi violentada sexualmente.

Temendo retaliações, a jovem registrou a ocorrência na cidade vizinha na 118°DP (Araruama), mas o caso foi encaminhado para a 124°DP (Saquarema).

De acordo com o delegado André Bueno, titular da delegacia de Saquarema, as investigações estão em andamento e os policiais acusados serão ouvidos nesta sexta-feira (28).

Em nota, a Polícia Militar informou que o Comando da Corporação já identificou os três policiais suspeitos de envolvimento no caso e que a coordenação do Programa Estadual de Integração na Segurança (CPROEIS) já instaurou um procedimento apuratório para investigar o episódio, assim como a 4ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM), diretamente subordinada à Corregedoria da Polícia Militar, já está acompanhando o caso.