Lula diz estar confiante que PEC da Transição será aprovada no Congresso: ‘Se precisar, nós também sabemos negociar’

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou estar confiante que o Congresso Nacional irá aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que retira do teto de gastos as despesas referentes ao programa Auxílio Brasil, que deverá voltar a se chamar Bolsa Família. De acordo com a equipe de transição, a medida é fundamental para viabilizar o valor do benefício em R$ 600 mensais.

“O que me interessa é a PEC que nós mandamos. Essa PEC já foi conversada com o presidente da Câmara, com o presidente do Senado, várias lideranças. Até agora, não há sinal de que as pessoas queiram mudar a PEC. As pessoas sabem que não é o governo que precisa dessa PEC, que o Brasil precisa. Quem deveria ter colocado a quantidade de recursos no Orçamento era o atual governo”, declarou Lula durante coletiva de imprensa realizada nessa sexta-feira (02).

Lula também reafirmou o compromisso de fazer o país voltar a crescer. “Queremos a PEC porque precisamos investir em algumas coisas, precisamos retomar o Minha Casa, Minha Vida, precisamos colocar algum dinheiro no SUS. Temos coisas importantes, imprescindíveis para o povo brasileiro. Então, eu espero que o Congresso Nacional, Câmara e Senado, tenham simplesmente sensibilidade e possam votar do jeito que nós queremos. Se precisar ter um acordo, nós também sabemos negociar”, assegurou.

Ainda na fala para os jornalistas, Lula buscou tranquilizar os beneficiários do atual Auxílio Brasil, após a equipe de transição identificar a inclusão atípica de milhões de beneficiários no programa a dois meses da eleição. Todavia, o presidente eleito confirmou que uma revisão será feita. “Se isso é uma bomba armada, nós somos especialistas em desarmar bombas. Nós não vamos deixar a bomba explodir”, pontuou.

Aliados do presidente eleito estão correndo contra o tempo para votar, já na próxima quarta-feira (07), a PEC da Transição na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e no Plenário do Senado. A previsão é de que na terça-feira (06) seja apresentado e discutido o relatório da proposta. O líder do PT, senador Paulo Rocha, do Pará, afirmou que até lá as negociações serão mantidas porque a prioridade é que a votação se encerre até quinta-feira (08).