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Política

Oposição pede explicações de Fábio Wajngarten e afastamento da chefia da Secom

Apesar das denúncias, o presidente da República Jair Bolsonaro assegurou que irá manter o secretário no cargo

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Apesar das denúncias, o presidente da República Jair Bolsonaro assegurou que irá manter o secretário no cargo
(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Membros e partidos de oposição querem cobrar explicações do chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), Fábio Wajngarten, acerca das denúncias feitas pelo jornal Folha de São Paulo, publicadas na última quarta-feira. De acordo com a reportagem, Fábio estaria recebendo dinheiro de emissoras de televisão e agências de publicidade com contratos publicitários veiculados a Secom.

Através de seu perfil oficial no Twitter, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da oposição no Senado, afirmou que pretende entrar com pedido de notícia-crime na Procuradoria-Geral da República (PGR), solicitando a convocação de Wajngarten para explicações. “Vou pedir a convocação do chefe da Secom, Fábio Wajngarten, para depor na CTFC (Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor) do Senado e apresentarei uma notícia-crime na PGR”, afirmou em publicação na noite da última quarta-feira.

Mesmo com a repercussão negativa da denúncia, o presidente da República, Jair Bolsonaro (Sem Partido), assegurou que irá manter Wajngarten na chefia da Secom. “Se for ilegal, a gente vê lá na frente. Mas, pelo que eu vi até agora, está tudo legal com o Fabio. Vai continuar, é um excelente profissional”, disse Bolsonaro, ao ser questionado sobre o assunto na manhã desta quinta-feira. O presidente ainda argumentou que caso seu secretário de Comunicação fosse “um porcaria igual alguns que têm por aí”, “ninguém estaria criticando ele”.

No início da tarde, o deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP), líder do PSOL na Câmara, informou que o partido entrou com um requerimento na Justiça do Distrito Federal, pedindo o afastamento imediato de Wajngarten da chefia da Secom. “Protocolamos na Justiça do Distrito Federal uma ação exigindo imediata demissão de Fábio Wajngarten, que recebe dinheiro de emissoras e agências contratadas pelo governo Bolsonaro através da FW Comunicação e Marketing, da qual tem 95% das ações. Basta de corrupção!”, escreveu o parlamentar em seu perfil oficial no Twitter.

Em trecho do documento com o pedido de afastamento, o PSOL alega: “O perigo de dano resta evidente do fato de que o Secretário Especial de Comunicação Social da Presidência da República não informou a Comissão de Ética da Presidência da República ser dono de uma empresa que recebe recursos públicos indiretamente através de seus clientes, visto que houve aumento no repasse de verbas publicitárias aos clientes do Sr. Fábio Wajngarten desde que o mesmo assumiu o cargo”.

Wajngarten é dono de 95% das ações da empresa FW Comunicação e Marketing, que mantém relações comerciais com a Band e a Record TV, além de outras cinco empresas. Todas apresentaram crescimento, em 2019, na parcela de verba publicitária oriunda do governo federal. Somente as duas emissoras de TV receberam no último ano, respectivamente, 12,1% e 27,4% do fundo federal para campanhas publicitárias, que teve verba total de R$ 197 milhões.

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