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Brasil

Senador Mecias de Jesus minimiza crise dos povos Yanomami para ‘blindar’ filho que será indicado ao TCU

Jhonatan de Jesus indicou os três últimos diretores do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (Dsei-Y), onde há indícios de corrupção

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Parlamentares Mecias de Jesus e Jhonatan de Jesus. Foto:Reprodução

O senador Mecias de Jesus (Republicanos-RO) se manifestou essa semana e disse ter ficado “estarrecido” com a situação dos povos Yanomami. Ele inclusive culpou adversários políticos pela tragédia.
Mas no Projeto de Lei apresentado pelo referido parlamentar para liberar o garimpo em terras indígenas, Mecias discorre sobre a crise dos Yanomami. Ele cita, inclusive, a desnutrição.
“A realidade do indígena não é essa mostrada nas telas de cinema, muitos passam fome e a desnutrição já é uma triste realidade. Cito como exemplo os ianomâmis”, escreveu em um trecho do PL.

Mecias chegou a dizer que a divulgação sobre a crise humanitária dos Yanomami trata-se de sensacionalismo. Mecias e seu filho Jhonatan de Jesus indicaram os três últimos coordenadores do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami. Foi na gestão de um dos indicados, Rômulo Pinheiro, que a crise dos Yanomami se intensificou.

O período de sua administração do DSEI-Y sobre a proteção de Jhonatan, também coincide com o aumentou do número de crianças e adultos desnutridos, assim como o de mortes.

Diante das indicações da família, os adversários do deputado federal Jhonatan de Jesus, estão enfatizando os indícios de irregularidades e corrupção, o que pode atrapalhar a candidatura dele ao Tribunal de Contas da União.
O Tribunal de Contas da União é um dos órgãos responsáveis pelo controle do uso do dinheiro público investido em políticas públicas como o que foi para o Dsei-Y.

Além de Jhonatan de Jesus, Soraya Santos e Hugo Leal são os favoritos para ocupar a vaga aberta com a aposentadoria de ministra Ana Arraes em julho do ano passado.

Senador Telmário Mota fala sobre corrupção durante gestão de indicados por deputado Jhonatan de Jesus. Foto:Reprodução


Confira o discurso do senador Telmário Mota, responsabilizando Mecias de Jesus e Jhonatan de Jesus, pelas irregularidades no Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami.

Senador Telmário mota

Investigação da PF

A pedido do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, a Polícia Federal (PF) abriu, nesta quarta-feira (25/1), um inquérito para apurar possível crime de genocídio e omissão de socorro contra a etnia Yanomami, em Roraima. O inquérito vai ficar sob responsabilidade da Superintendência da PF, em Roraima.
Em nota, a corporação disse que vai “apurar os crimes de genocídio, omissão de socorro, crimes ambientais, além de outros crimes conexos em Terras Indígenas Yanomami”. Como “crimes conexos” está a exploração de garimpo ilegal, com identificação dos responsáveis, financiadores, fornecedores de equipamentos e insumos e facilitadores da atividade nas terras dos ianomâmis.
A suspeita de crime de genocídio foi levantada por Dino na segunda-feira (23/1), após receber relatos da grave crise humanitária que atinge os indígenas. Ele disse que houve “omissão da alta Administração federal”. Imagens de pessoas desnutridas, contaminadas por malária, respirando com a ajuda de máscaras de oxigênio e com as costelas à mostra chocaram o Brasil no fim de semana.
Desde a semana passada, equipes do Ministério da Saúde, da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e das Forças Armadas estão mobilizadas em mutirão para levar médicos, alimentos e remédios aos postos de saúde que atendem às aldeias ianomâmis.

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