Corpo de agente da Core morto na Cidade de Deus é sepultado
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Silêncio e comoção marcam despedida de agente da Core morto em emboscada

José Antônio Lourenço foi atingido na cabeça por atirador escondido em seteira durante operação

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Foto: Reprodução e Lucas Araújo/Super Rádio Tupi

Familiares, amigos e colegas de farda se reuniram para o último adeus ao policial civil José Antônio Lourenço Júnior, que morreu nesta segunda-feira (20), durante operação na Cidade de Deus. O sepultamento aconteceu na capela 9 do Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap.

No velório, uma faixa com uma frase que emocionou os parentes: “Minha força vem de Deus, minha honra vem da Core“. José Antônio Lourenço era casado e estava na Polícia Civil há quase dez anos.

O enterro começou às 14h, em uma cerimônia restrita para a família do policial. A Delegacia de Homicídios da Capital instaurou um inquérito para identificar os autores do crime.

Foto: Lucas Araújo/Super Rádio Tupi

Como o policial foi morto durante a operação na Cidade de Deus?

Lourenço fazia parte da equipe que atuava na linha de frente para garantir o acesso de delegacias especializadas e técnicos do Inea até uma fábrica de gelo clandestina, investigada por crimes ambientais e contra a saúde pública. O local fornecia gelo supostamente “próprio para consumo humano” a quiosques na Barra da Tijuca e Recreio, mas apresentava condições insalubres e uso de água sem tratamento.

A polícia aponta Ygor Freitas de Andrade, conhecido como Matuê, de 28 anos, como um dos principais suspeitos de envolvimento na morte. O Disque Denúncia oferece uma recompensa de R$ 5 mil por informações que levem à captura do criminoso. Informações podem ser fornecidas pelos telefones (21) 2253-1177 ou 0300-253-1177.

O que mais foi descoberto na operação Gelo Podre?

Durante a ação, os agentes constataram uma série de irregularidades sanitárias e ambientais: recipientes sujos, embalagens descartadas no chão, ausência de licença ambiental e uso de água de poço sem tratamento. Uma segunda fábrica, localizada em Jacarepaguá, também foi alvo da operação.

Segundo o governo do Estado, 70% das fábricas de gelo vistoriadas em 2024 apresentaram irregularidades graves, como excesso de amônia e falta de higiene. Algumas delas operavam em áreas dominadas por facções criminosas, como forma de evitar fiscalização.

Os responsáveis poderão responder por crimes contra a saúde pública e relações de consumo, com penas que chegam a oito anos de prisão.