Rio
Ana Paraguaya: quem é a brasileira que liderava rota de armas para o CV e o PCC
Conhecida por ostentar luxo nas redes, Ana Lúcia comandava rota de drogas e armas do Paraguai ao Rio de JaneiroA Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu nesta quarta-feira (2) Ana Lúcia Ferreira, mais conhecida como Ana Paraguaya, acusada de comandar uma rota de tráfico de armas e drogas compartilhada pelas duas maiores facções do país: o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV).
Ana foi presa em Taubaté (SP) e, segundo os investigadores, operava há pelo menos 10 anos uma complexa rede de abastecimento entre o Paraguai e o Rio de Janeiro, passando por Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo.
Ela foi casada com Elton Leonel Rumich da Silva, o Galã, um dos líderes do PCC na fronteira. Após a morte dele, envolveu-se com Fhillip da Silva Gregório, o Professor, chefe do Comando Vermelho no Complexo do Alemão, morto no mês passado.
Mesmo sem ter sido oficialmente “batizada” pelas facções, Ana construiu fortes conexões com fornecedores e operadores logísticos, se tornando peça-chave na ligação entre PCC e CV.
Como funcionava o esquema liderado por Ana Lúcia?

Segundo a polícia, Ana era responsável pela negociação com fornecedores, organização de fretes e transporte disfarçado de cargas comuns, como alimentos. O material ilegal chegava às comunidades do Rio camuflado em caminhões.
Nas redes sociais, Ana ostentava uma vida de luxo, com viagens, roupas caras e um carro importado, que foi apreendido durante a operação. Por trás da imagem glamourosa, ela comandava uma operação logística milionária para abastecer o tráfico.
Quem mais foi preso na operação e qual o impacto financeiro do esquema?
Na quinta-feira (3), a polícia prendeu Gustavo Miranda de Jesus, na Pavuna, Zona Norte do Rio. Ele é apontado como o cérebro financeiro da quadrilha, responsável por lavar dinheiro por meio de eventos em comunidades, empresas fictícias e contas bancárias de parentes.
Segundo o delegado Vinícius Miranda, Gustavo movimentou mais de R$ 250 milhões para a organização criminosa. Em áudios obtidos pela polícia, ele admite o uso de choperias e comércios de fachada para disfarçar a origem do dinheiro.
Vídeos divulgados mostram armas de alto calibre e grandes somas em dinheiro ligados à quadrilha. O grupo atuava em duas frentes: tráfico de drogas e armas, e lavagem de dinheiro para dar aparência de legalidade aos lucros ilícitos.