Antes do tráfico, Diaba Loira vendia docinhos para pagar faculdade de direito
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Antes do tráfico, Diaba Loira vendia docinhos para pagar faculdade de direito

“Diaba Loira” foi assassinada a tiros durante um confronto entre o CV e o TCP; após a execução, o corpo foi desovado em Cascadura

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Antes do tráfico, Diaba Loira vendia docinhos para pagar faculdade de direito. Foto: Reprodução

O perfil de Eweline Passos Rodrigues, conhecida como “Diaba Loira”, no Facebook mostra como era sua vida antes de entrar para o tráfico. Gaúcha, ela conciliava a maternidade, os estudos e o trabalho. Mãe de duas meninas, atualmente com 4 e 7 anos, costumava compartilhar sua rotina nas redes sociais.

No dia a dia, Eweline usava a plataforma para interagir com amigos e familiares, além de divulgar produtos à venda. Publicava fotos de perfumes, maquiagens e doces, que comercializava para ajudar a pagar a faculdade de Direito em Santa Catarina. Seu slogan era: “Adoce seu dia com essas delícias e me ajude na faculdade”.

Os preços variavam: doces tradicionais custavam R$ 3, a versão premium saía por R$ 3,50 e os cones trufados eram vendidos entre R$ 5 e R$ 6.

Cardápio de doces de Eweline Passos. Foto: Reprodução

Além dos doces, Eweline também vendia maquiagens, perfumes e produtos para cuidados pessoais, como itens para crescimento capilar, antiacne e clareamento.

Em suas publicações, mostrava momentos com as filhas e escrevia mensagens carinhosas. Em uma delas, declarou: “Você é a melhor versão de mim. Te amo como nunca amei ninguém, minha princesa”.

Em junho de 2022, sofreu um acidente e precisou usar cadeira de rodas por um período. Na ocasião, recebeu apoio de familiares e amigos pelas redes sociais. Para custear as sessões de fisioterapia, chegou a organizar uma vaquinha online.

Início da vida no crime

Eweline, conhecida como “Diaba Loira”, natural de Santa Catarina, entrou para o Comando Vermelho em 2022 após ser vítima de uma tentativa de feminicídio. Depois de romper com a facção, passou a atuar no Terceiro Comando Puro (TCP), ligada à Tropa do Coelhão, no Complexo da Serrinha, em Madureira.

Contra ela havia três mandados de prisão por tráfico e organização criminosa. A traficante se mantinha ativa nas redes sociais, ostentando fuzis e pistolas, e direcionando provocações à polícia. Em uma de suas publicações, ela escreveu: “Não me entrego viva, só saio no caixão”.

Morte da traficante

“Diaba Loira” foi assassinada a tiros durante um confronto entre o Comando Vermelho (CV) e o Terceiro Comando Puro (TCP), nas comunidades do Fubá e do Campinho, na Zona Norte. Após a execução, o corpo da traficante foi abandonado em Cascadura.