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Capital Fluminense

Atendente sofre injúria racial em loja de bijuteria em Copacabana: ‘não quero essa negada aqui dentro’

Vítima ainda foi ameaçada ainda com uma garrafa de álcool

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Laura Brito foi vítima de racismo por dona de loja em Copacabana
Laura Brito foi vítima de racismo por dona de loja em Copacabana (Foto: Tatiana Campbell / Super Rádio Tupi)

A dona de uma loja de bijuterias em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro, foi presa em flagrante pelo crime de injúria racial contra uma cliente, que é negra, e aproveitava o intervalo de almoço para comprar um anel para o marido. Laura Brito dos Santos Viana, 28, foi chamada de ‘neguinha’ e teve o celular quebrado por Lin Chen.

O caso aconteceu na tarde desta quarta-feira (21), por volta das 12h, na loja Marisa, na rua Siqueira Campos, uma das principais do bairro. A Super Rádio Tupi conversou com a atendente vítima das agressões. Chorando, Laura lembra o episódio.

“Eu entrei na loja, ela começou já a me perseguir, eu perguntei se ela precisava de algo, ela continuou a me seguir. Eu virei e falei pra ela que eu tinha dinheiro para comprar. Nisso ela falou: ‘eu não quero gente da sua laia, neguinha, essa negada aqui dentro’. Ela então me deu dois tapas, pegou meu celular e jogou no chão”.

Ainda em entrevista para a Super Rádio Tupi, Laura conta que a mulher chegou a pegar uma garrafa com álcool para jogar o líquido nela. “Ela pegou e queria jogar o álcool em mim. Ela continuou me xingando de preta, safada, eu comecei a pedir ajuda e graças a Deus me ajudaram. Eu só fui comprar um anel, não fiz nada de errado”.

Comerciante comete crime de injúria racial contra cliente da própria loja
Comerciante comete crime de injúria racial contra cliente da própria loja (Foto: Reprodução)

Quem estava na loja e passava pelo local se comoveram e chamaram a polícia. Em vídeos é possível ouvir um coro de ‘racista’ enquanto Li Chen é presa pela Polícia Militar e levada para a 12ª DP (Copacabana).

Muito emocionada, a jovem fez um desabafo sobre os constantes casos de injúria e racismo no Brasil.

“Foi humilhante, tenebroso. Eu só quero ter o direito de entrar em uma loja e não ser perseguida, eu só quero ter o direito de sentar em um lugar e os outros não falarem ‘tem como pagar antes?’ sendo que todo mundo paga depois. Eu só quero ter os mesmos direitos, direitos de um ser humano”.

Problema na delegacia

Além de sofrer injúria racial, ao chegar na delegacia de Copacabana, Laura Brito ainda passou por outro problema. Li Chen a teria oferecido R$ 1,5 mil – valor da fiança – para que o caso não fosse registrado.

“Ela deu o depoimento dela, eu quando eu fui dar o meu, o policial me disse que ela estava oferecendo essa quantia, ai ele disse: ‘isso é com você, se você não quiser a gente faz a ocorrência agora’. Ela me ofereceu esse dinheiro para eu ficar quieta, mas eu não aceitei. Era pra ela está presa, muita injustiça”.

A Super Rádio Tupi ainda não conseguiu localizar a defesa de Lin Chen.

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