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Economia

Aumento do custo da construção deve elevar preços no mercado imobiliário

Mesmo com aumento dos materiais em quase 50%, preço dos imóveis subiu somente 10% no Rio

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Aumento do custo da construção deve elevar preços no mercado imobiliário
(Foto: Reprodução)
Aumento do custo da construção deve elevar preços no mercado imobiliário

(Foto: Reprodução)

O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, demonstrou grande preocupação com a elevação dos custos da construção civil, que tendem a subir ainda mais por conta da guerra na Ucrânia. Em evento sediado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Rio de Janeiro (Sinduscon-Rio) e pela Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-RJ), Martins destacou que, desde julho de 2020, os materiais usados pelo setor já tiveram aumento de quase 50%.

A situação é ainda mais grave quando se compara o aumento dos custos dos insumos, com a elevação dos preços dos lançamentos imobiliários no Rio de Janeiro. “Considerando estudo com seis capitais do país, o Rio de Janeiro é a cidade onde o preço dos lançamentos teve o menor crescimento”, disse o presidente da CBIC. Enquanto o Índice Nacional de Preços da Construção Civil (INCC) cresceu 23,09% entre julho de 2020 e fevereiro de 2022 e o INCC Materiais e Equipamentos cresceu 45,18%, os preços dos lançamentos imobiliários no Rio de Janeiro, no mesmo período, tiveram alta de apenas 10,57%. “E a guerra na Ucrânia pode trazer novos aumentos em cima de uma base que já está elevadíssima”, destacou Martins.

Presidente da Ademi-RJ, Marcos Saceanu afirmou que os preços dos imóveis novos no Rio devem sofrer elevação, na tentativa de reduzir este gap. “O mercado tem a necessidade de repassar esse aumento de custos e, se não conseguir isso, a tendência é de uma redução na velocidade dos lançamentos”, acrescentou Cláudio Hermolin, presidente do Sinduscon-Rio. Para o consumidor, a boa notícia é que ainda é possível comprar imóveis já lançados sem aumento de preços. Em dezembro de 2021, o estoque disponível no município do Rio era de 11.658 unidades, com queda em relação às 13.518 unidades de dezembro de 2020, de acordo com dados da Ademi-RJ e do Sinduscon-Rio.

PIB e geração de empregos

Em 2021, o Rio de Janeiro também registrou o maior crescimento no PIB da construção civil desde 2010, com aumento de 7,4% frente ao ano anterior, segundo projeções da CBIC. “Quando temos 110 empreendimentos imobiliários lançados, como aconteceu em 2021, temos obras contratadas para dois, três ou quatro anos, gerando um impacto positivo no PIB por um longo tempo”, observou Saceanu.

Os bons números do PIB se refletiram também no número de empregos formais no setor. Em janeiro deste ano, o estado do Rio ultrapassou Minas Gerais, que tradicionalmente é o segundo maior gerador de vagas da construção civil, atrás de São Paulo. “Chegamos a 169 mil trabalhadores com carteira assinada na construção civil no estado, o maior número registrado desde 2016”, afirmou Hermolin. “No entanto, é importante destacar que ainda estamos longe de recuperar perdas do passado, uma vez que o setor já empregou mais de 200 mil pessoas no Rio”, acrescentou.

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