BNDES libera R$ 5 milhões para projetos culturais na Pequena África

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou a destinação de R$ 5 milhões para 11 projetos culturais no Rio de Janeiro, dentro do edital Viva Pequena África. A iniciativa busca fortalecer a memória, a herança africana e a inclusão social em uma das regiões mais simbólicas da capital fluminense.

As propostas foram escolhidas a partir de seis critérios: relevância, impacto social, tradição e trajetória, maturidade organizacional, viabilidade técnica e poder de articulação.

“A Pequena África é um território de resistência e de criação, e apoiar essas iniciativas significa reconhecer a importância histórica desse espaço e, ao mesmo tempo, impulsionar a economia criativa, a geração de renda e o fortalecimento das organizações negras”, afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

Os valores de apoio variam entre R$ 308,7 mil e R$ 500 mil. Além do recurso financeiro, os contemplados terão acesso a um cronograma de 16 encontros presenciais, que abordarão administração, captação de recursos, comunicação e governança.

Quais projetos foram contemplados pelo edital?

Entre os selecionados está a Casa Escrevivência, espaço da escritora Conceição Evaristo, que abriga todo o seu acervo literário e recebeu o primeiro lugar. Já o projeto Caminhos da Tia Ciata resgata a importância da matriarca para a história do samba, enquanto o Instituto Entre o Céu e a Favela, fundado no Morro da Providência, ficou em terceiro lugar com iniciativas de capacitação profissional, educação e intercâmbio cultural com Benin, na África.

Outras propostas envolvem a promoção de saberes afro-brasileiros por meio de oficinas, rodas de conversa, culinária ancestral, samba e capoeira.

Além do BNDES, o edital conta com apoio da Open Society Foundation, Ford Foundation, Instituto Ibirapitanga e Fundação Itaú. A seleção foi organizada pelo Consórcio Viva Pequena África, formado pelo Ceap, Diáspora.Black e Feira Preta.

O investimento busca não apenas garantir a continuidade de projetos culturais, mas também fortalecer a gestão das instituições, ampliando o impacto social e cultural na região histórica do Rio de Janeiro.