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Capital Fluminense

Jairinho é denunciado por estupro, lesões e outros crimes contra ex-namorada

Nova denúncia protocolada pelo Ministério Público do Rio é referente a uma série de fatos ocorridos entre os anos de 2014 e 2020

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Nova denúncia protocolada pelo Ministério Público do Rio é referente a uma série de fatos ocorridos entre os anos de 2014 e 2020 (Foto: Reprodução)
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Nova denúncia protocolada pelo Ministério Público do Rio é referente a uma série de fatos ocorridos entre os anos de 2014 e 2020
(Foto: Reprodução)

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) fez uma nova denúncia à Justiça, com pedido de prisão preventiva, contra Jairo Souza Santos Júnior, mais conhecido como “Dr. Jairinho”. O ex-vereador  é acusado, desta vez, pelos crimes de estupro, lesão leve, lesão grave, vias de fato e lesão na modalidade de dano à saúde emocional, cometidos contra uma ex-namorada durante o período em que se relacionavam, entre os anos de 2014 e 2020.

De acordo com a nova denúncia, “os fatos tiveram como pressuposto motivação de gênero ou situação de vulnerabilidade decorrente da subjugação ou submissão feminina ocorrida dentro de uma relação íntima, ocasionando violência doméstica consubstanciada em opressão contra a mulher”.

Segundo o documento do MPRJ, em outubro de 2015, Jairinho drogou a vítima e praticou, sem seu consentimento, sexo anal. Em dezembro de 2016, “enfurecido por estar sendo ignorado”, o ex-parlamentar ofendeu verbalmente e agrediu com chutes a então namorada, que teve uma fratura no pé gerada pelo episódio.

No ano de 2020, durante um fim de semana em Mangaratiba, na Região Metropolitana do Rio, após se irritar com o fato de não ter acesso ao celular da vítima, Jairo aplicou um “mata leão” nela e a arrastou para fora de casa, “a fim de não chamar atenção”, e no jardim, a agrediu no rosto. Em abril do mesmo ano, a ex-namorada foi pega de surpresa com uma ida do ex-vereador na casa dela, onde estava reunida com familiares. Ele teria chegado de uma maneira “abrupta” e “alterado”, querendo exigir explicações da parte dela sobre um comentário que havia feito nas redes sociais.

A vítima teria sido convencida a sair de casa para conversar e Jairinho a obrigou a entrar no carro dele. Dentro do veículo, ele agrediu ela com “violentos puxões de cabelo” e “um soco na lateral da face”.

Ainda de acordo com a denúncia, durante o período de novembro de 2014 até outubro de 2020, “por incontáveis oportunidades”, Jairinho praticou perseguição, invasão de domicílio, ameaças e ofensas morais, “com o firme propósito de promover desequilíbrio emocional da vítima a fim de dominá-la”. Com isso, o ex-vereador “ocasionou dano à sua saúde da vítima, espécie de lesão corporal na modalidade de enfermidade emocional denominada ansiedade”. A ex-namorada ainda teria sofrido de taquicardias e chegado a receber atendimento de emergência quando constatados 230 bpm batimentos cardíacos em situação de repouso.

Também segundo a denúncia, Jairo Souza Santos Júnior utilizou de diversas táticas de atemorização. Entre elas, ele rondava a residência da vítima; surgia de forma abrupta nos lugares em que ela se encontrava, seja por lazer ou por trabalho, e a obrigava a ir embora com ele; ficava à espreita dela, lhe observando pela janela de sua residência; ligava inúmeras vezes durante o dia e a noite a fim de controlá-la; e exigia que a vítima ficasse ao telefone durante a madrugada para ter certeza de que ela estava sozinha e em sua casa.

Jairinho ainda realizava invasões na casa da ex-namorada, tendo inclusive, “em certa ocasião”, encontrado a sogra de roupas íntimas. Completam a lista de “táticas de atemorização” feitas pelo ex-parlamentar, a prática de ameaças diretas contra a ex-parceira e os filhos dela; a pressão em mais de uma ocasião para ela deixar seu emprego que lhe garantia autonomia financeira; a desqualificação da vítima e do seu trabalho; os questionamento a sanidade mental dela, ao agredi-la e afirmar que nada tinha feito, alegando que a mesma “estava ficando louca”; além da utilização de seu cargo político, prestígio e poder para fazer crer que tudo podia fazer e que jamais receberia qualquer tipo de reprimenda legal.

Na ação penal ajuizada, a Promotoria de Justiça frisa que os fatos só vieram à tona depois que o réu foi preso pelo homicídio do menino Henry Borel, de 4 anos, tendo a vítima até então medo de registrar as violências sofridas. O documento chama a atenção também para o fato de Jairinho ostentar histórico de ofensas e agressões, demostrando não se intimidar com os sucessivos registros de ocorrência policial, apontando ser um autor contumaz especialmente em crimes contra a mulher.

Vale destacar que, na última sexta-feira (16), o juiz Daniel Werneck Cotta, da 2º Vara Criminal da capital fluminense, decidiu manter a prisão de Jairinho e Monique Medeiros, acusados da morte do menino Henry. Na decisão, o magistrado alegou que considerou informações sobre uma possível intimidação de testemunhas e fraude processual pelos acusados. O casal está preso pelo assassinato do garoto desde o dia 8 de abril.

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