Caso Jeff: Mãe de ator diz ter tido medo de sofrer retaliações enquanto suspeito estava foragido

Um dia após a prisão do principal suspeito, a mãe do ator Jefferson Machado, assassinado em fevereiro, disse que sentia medo de sofrer algum tipo de violência enquanto Bruno de Souza Rodrigues ainda estava foragido.

“O que eu estou sentindo nesse momento é alívio”, disse Maria das Dores nesta sexta-feira (16) à reportagem da Super Rádio Tupi. “Tu saber que o assassino do teu filho está solto é uma insegurança: para mim, para a família e para toda população do Rio de Janeiro. Vocês têm acompanhado o comportamento desse rapaz que se fez passar por amigo do meu filho!”, completou.

Maria das Dores faz referência às ações de Bruno, classificado como extremamente manipulador pela delegada Ellen Souto. O principal suspeito se manteve próximo à família durante as buscas, fingindo querer ajudar a localizar o paradeiro de Jefferson. Enquanto isso, ele alimentou as redes sociais de Jeff e manteve o contato com os amigos da vítima.

Bruno chegou a mandar mensagens para a mãe do ator através do celular de Jeff alegando que o sumiço era na verdade uma viagem a trabalho. Nas mensagens, ele dizia que o celular estava com problemas e, por isso, não poderia ligar ou mandar áudios. O ex-assistente de direção também fazia ligações diariamente para a delegacia a fim de tentar obter informações sobre a investigação.

“Esse rapaz tem que pagar pelos crimes cometidos, que não foram poucos. Ele matou meu filho da pior forma possível. Não ficou satisfeito só com: ‘vou matar’. Ele matou, ele enforcou, ele amarrou as mãos, ele colocou num baú da casa do meu filho, ele concretou… O que é isso? Ódio! Mas ódio do quê? Não era amigo?”, relembrou revoltada.

Maria das Dores diz não ter dúvidas que Bruno é o assassino de seu filho. “[Dizem] que ele é o ‘suposto’, mas eu acho que foi ele! Ele é o mentor! Deve ter tido a ajuda de alguém, mas foi ele que assassinou.”

Dias antes de ter um mandado de prisão expedido em seu nome, Bruno foi à delegacia confessar a ocultação de cadáver. Em depoimento, ele negou ter matado Jefferson e apontou um terceiro homem como assassino. A Polícia Civil descartou o envolvimento de qualquer outra pessoa além dele e Jeander Vinicius da Silva Braga.

Jeander foi preso no dia 2 de junho, acusado de ajudar na ocultação do cadáver. O garoto de programa confessou ter colocado o corpo no baú, cavado e enterrado em um buraco a um metro e meio de profundidade. Segundo Jeander, ele recebeu R$ 500 pelos crimes.

Apesar do momento difícil, a mãe diz estar agradecida de, ao menos, ter encontrado o filho. Maria das Dores também pediu Justiça: “Esse assassino tem que ser punido por toda maldade que ele cometeu de matar meu filho. Maquiavélico! Psicopata! Cruel! E ainda tem o crime virtual, que ele se passou pelo Jefferson, e a morte dos cachorros.”

Jeff era tutor de oito cães da raça setter, que, segundo a família, eram tratados como filhos. Após o homicídio, os cães foram abandonados nas ruas da zona oeste da cidade. Cinco foram resgatados com vida, dois morreram e um está desaparecido.

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) marcou a audiência de custódia do ex-assistente de direção para este sábado (16). Ele vai responder por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, falsidade ideológica, estelionato e maus-tratos aos animais.