Caxias e São Gonçalo registram maiores índices de furto de energia
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Caxias e São Gonçalo registram maiores índices de furto de energia

Confira a lista completa do ranking das cidades com maior percentual de perdas não técnicas no primeiro semestre deste ano

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Enel Distribuição Rio realiza projeto 'Energia Legal' em Saquarema (Foto: Divulgação)
Enel Distribuição Rio realiza projeto 'Energia Legal' em Saquarema (Foto: Divulgação)

Os municípios de Duque de Caxias e São Gonçalo registraram os maiores índices de furto de energia entre as 66 cidades da área de concessão da Enel Distribuição Rio, no primeiro semestre de 2025. De janeiro a junho deste ano, o percentual de perdas não técnicas nas duas cidades foi de, respectivamente, 34,35% e 31,53%, o que significa que mais de 30% de toda a energia distribuída pela empresa nessas duas cidades foi perdida, principalmente por causa das ligações irregulares.

Veja o restante das cidades com maior percentual de furto de energia nos seis primeiros meses deste ano:

  • Araruama — 22,36%
  • Cabo Frio — 21,47%
  • Angra dos Reis — 18,51%
  • Niterói — 17,95%
  • Campos dos Goytacazes — 14,76%
  • Macaé — 8,22%

De janeiro a junho de 2025, o volume de energia furtado apenas nestas oito primeiras cidades do ranking seria suficiente para abastecer os municípios de Niterói, São Gonçalo, Campos e Macaé juntos por um ano.

“O furto de energia elétrica é uma preocupação que vai muito além das distribuidoras: afeta todo o setor e, principalmente, a sociedade. Esse tipo de crime representa hoje um grande desafio, que não se limita a questões técnicas. As distribuidoras têm investido em novas tecnologias para identificar fraudes e mitigar perdas. No entanto, é fundamental que haja uma consciência coletiva de que o furto prejudica todos os consumidores, que acabam arcando com os custos gerados por quem comete esse crime”, diz Marcos Madureira, presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee).

“O furto e a fraude de energia, o popular gato, é um sério problema para a sociedade brasileira. Do ponto de vista econômico, essa perda é de R$ 10 bilhões por ano. Parcela disso é prejuízo da distribuidora, mas uma parte vai para a tarifa do consumidor e já pesa na conta de luz em torno de 2,6%”, disse Ricardo Brandão, diretor de Regulação da Abradee.

Para José Luis Salas, diretor de Redes da Enel Rio, é essencial que a sociedade também se atente para os riscos da prática do famoso “gato”. “Realizamos um trabalho contínuo de conscientização sobre a importância da regularização do fornecimento de energia, destacando os riscos que as ligações clandestinas podem gerar para quem comete a infração e para quem está no entorno.

Este tipo de crime impacta diretamente a qualidade do serviço prestado pelas distribuidoras, prejudicando todos os consumidores da concessionária, porque provoca sobrecarga e curtos-circuitos, que levam a um maior número de interrupções, incluindo ocorrências que demandam mais tempo de normalização do serviço”, explica o executivo.

Desafios nas áreas de risco

O combate a esse tipo de crime é um dos principais desafios que a Enel Rio enfrenta. Hoje, 17% das unidades consumidoras atendidas pela distribuidora estão concentradas em áreas de severa restrição operacional. Essas áreas de risco são responsáveis por 59% do total de perdas não técnicas registradas pela empresa. Nos últimos 20 anos (entre 2004 e 2024), a concessionária registrou um crescimento de 541% de unidades consumidoras nesses territórios.

“O furto de energia impacta diretamente a qualidade do serviço prestado pelas distribuidoras, prejudicando todos os consumidores da concessionária, porque provoca sobrecarga e curto circuito que leva a um maior número de interrupções, incluindo ocorrências que demandam mais tempo de normalização do serviço e até acidentes graves”, diz Fábio Damasceno, gerente do Centro de Operação do Sistema da Enel Rio.

Até o fim de junho, foram realizadas cerca de 115.116 inspeções na rede elétrica para coibir o furto na área de concessão da empresa. Em parceria com as autoridades policiais, foram lavrados 127 Relatórios de Ocorrência junto à Polícia Civil, com 78 pessoas detidas em flagrante.

“O aumento da criminalidade no Brasil, com a ampliação das áreas dominadas por organizações criminosas que impedem o trabalho das distribuidoras de energia elétrica, assim como de outras empresas que prestam serviços, é, sem dúvida, um dos motivos que contribui para o crescimento do furto de energia”, conclui Marcos Madureira, presidente da Abradee.

Furto de energia é crime

A concessionária alerta que fraudes e furtos são crimes previstos no Código Penal, e a pena pode variar de um a oito anos de detenção. A distribuidora também cobra os valores retroativos referentes ao período em que ocorreu a irregularidade, acrescida de multa, de quem praticou as fraudes. Cometem crime tanto as pessoas que executam fisicamente a fraude nas instalações quanto os titulares das contas de energia.

Além de crime, as fraudes e furtos comprometem a qualidade do serviço prestado, o que prejudica todos os consumidores da concessionária com maior número de interrupções e, por vezes, dificultando o retorno da energia elétrica. As ligações clandestinas sobrecarregam as redes, deixando o sistema de distribuição mais suscetível às interrupções no fornecimento de energia.

Quem adota a prática popularmente conhecida como “gato” põe em risco a sua vida e da população. Pessoas não habilitadas que tentam manipular o medidor de energia ou realizar ligação direta na rede elétrica correm o risco de choque e acidentes graves, que podem ser fatais.

Como denunciar?

Para denunciar o furto de energia, basta acessar:

A Enel Distribuição Rio atende 66 municípios do estado do Rio de Janeiro, abrangendo 73% do território estadual, com cobertura de uma área de 32.188 km². A Região Metropolitana de Niterói e São Gonçalo e os municípios de Itaboraí e Magé representam a maior concentração do total de 3 milhões de clientes atendidos pela companhia.

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