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Capital Fluminense

Comandante do batalhão de Duque de Caxias é afastado em operação contra corrupção; R$ 250 mil foram apreendidos

Outros nove policiais foram presos na ação. Ao todo, são cumpridos 35 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos denunciados

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15º BPM da Polícia Militar, em Duque de Caxias
15º BPM da Polícia Militar, em Duque de Caxias (Foto: Tatiana Campbell / Super Rádio Tupi)

O Ministério Público do Rio realizou, nesta quinta-feira (26), a operação “Mercenários” para prender 11 policiais militares acusados de integrarem uma organização que cometia corrupção, tortura, peculato e concussão. Até a última atualização desta reportagem, nove policiais haviam sido presos. Mais de R$ 250 mil em espécie foram apreendidos durante a ação.

Os PM’s, entre outros crimes, de acordo com as investigações, sequestravam e extorquiam criminosos, mediante tortura e pagamento de resgate. Além das prisões, foram cumpridos 35 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos denunciados.

Material apreendido na casa de um policial militar do batalhão de Duque de Caxias
Material apreendido na casa de um policial militar do batalhão de Duque de Caxias (Foto: Divulgação)

A Polícia Militar, inclusive, afastou preventivamente o Comandante do batalhão de Duque de Caxias, o Tenente Coronel André Araújo de Oliveira, após a denúncia do Ministério Público de que o agente tinha conhecimento de que policiais militares lotados na unidade onde ele comandava tinham participação em um grupo que sequestrava criminosos mediante tortura, vendia armas e até repassava informação de operações para traficantes.

As investigações tiveram início após a apreensão do celular do segundo-sargento Adelmo da Silva Guerini, em 2020, na época lotado no batalhão de São João de Meriti, durante uma operação que tinha o objetivo de combater um grupo miliciano que explorava o serviço de mototáxis em Jacarepaguá, na Zona Oeste.

Entre os alvos, além do tenente-coronel André Araújo de Oliveira, também é alvo o chefe do Serviço Reservado da unidade, o capitão Anderson Santos Orrico. Na sala dele, os promotores encontraram dinheiro escondido no sofá.

“Percebi um movimento estranho no batalhão, e decidi ver se o capitão ainda ocupava uma sala na P2. Em cima de um sofá tinha um fardamento dele, e atrás do sofá a gente encontrou vários sacos de dinheiro, ali armazenados. Um valor de aproximadamente R$ 38 mil, que estão contando ainda”, contou o promotor Marcelo Arsênio.

R$ 120 mil apreendido em casa de policial militar em operação do Ministério Público
R$ 120 mil apreendido em casa de policial militar em operação do Ministério Público (Foto: Divulgação)

Outro alvo da operação foi o subtenente Antônio Carlos dos Santos Alves, lotado no Batalhão de Duque de Caxias. Na casa dele, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, os agentes encontraram cerca de R$ 120 mil em espécie.

“Ele demorou um pouco para abrir a porta e nesse tempo ele jogou umas mochilas na casa do vizinho. Foram até a casa dele e encontraram cerca de R$ 100 mil dentro das mochilas, munição, armas de fogo. Pela casa encontraram partes de fuzil. No carro dele cerca de R$ 30 mil”, detalhou a promotora Juliana Pompeu.

Um dos episódios chamou a atenção do MP já que vídeos foram compartilhados em um grupo de conversa, grupo esse denominado como ‘Mercenários’ – por isso o nome da operação – onde os PM’s trocavam informações.

“No vídeo aparece o cidadão com alguns machucados no rosto, em seguida ele leva um tapa na cabeça e a gravação para. No momento seguinte há uma imagem a qual mostra esses mesmos policiais militares, dentro da viatura com essa mesma pessoa, com um saco preso na cabeça. Em seguida são realizadas conversas entre eles e eles dizem que a pessoa ‘tomou muito saco preto'”, explicou o promotor Mateus Rezende.

A operação foi realizada em parceria com a Corregedoria da Polícia Militar. De acordo com a corporação, os nove PM’s presos passarão por um processo administrativo e serão expulsos.

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