Rio
Corpo de idoso segue em casa há três dias e família denuncia abandono
Mesmo com gratuidade concedida pela Defensoria, funerária se recusa a retirar corpo de idoso morto há três dias
A família do idoso Marcos Camilo Gomes Dias, de 86 anos, morto desde sábado (2), procurou a reportagem da Super Rádio Tupi pedindo ajuda depois de três dias sem respostas concretas de órgãos competentes para a retirada do corpo.
Marcos Camilo infartou e morreu dentro de casa localizada na Rua Santa Alexandrina, no Rio Comprido, região central da cidade.
“Já corremos para todos os cantos e a gente não está tendo recurso nenhum. Daqui a pouco o corpo do nosso pai está entrando decomposição, apodrecendo”, desabafou Márcia Ferreira, filha do idoso.
O óbito de Marcos foi constatado por equipes do SAMU. Em seguida, a família questionou o que poderia fazer para retirar o corpo. O caso, segundo as filhas do idoso foi registrado na 6 DP (Cidade Nova) e informado pela polícia de que a retirada não seria possível pois não se tratava de um crime.
“Jogaram a gente para o bombeiro, a gente foi e nada. O último recurso foi a Defensoria Pública que emitiu um ofício para a funerária exigindo a retirada do corpo e a realização do enterro de graça porque não temos condições. Sendo que eles [funerária] falaram que não vão na casa tirar o corpo para poder dar entrada no enterro, mas se pagarmos R$ 2.500, é possível”, completou Márcia.
Em nota, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) informa que, em casos de óbito por causa natural e com Declaração de Óbito emitida, o recolhimento do corpo deve ser realizado por funerária, conforme previsto nos protocolos legais.
Quando a família não possui condições financeiras para arcar com o serviço, é necessário solicitar a gratuidade por meio dos órgãos competentes, como a Defensoria Pública. No caso em questão, segundo informações recebidas, a gratuidade já foi obtida, cabendo agora à funerária dar prosseguimento à retirada e aos demais procedimentos.
Procurada, a Polícia Civil ainda não respondeu os questionamentos da Super Rádio Tupi.
A funerária notificada pela Defensoria Pública do Estado do Rio ainda não se pronunciou sobre o assunto. O espaço está aberto para demais manifestações.