Rio
Corpo de Jaguar é cremado no Rio de Janeiro aos 93 anos
Cerimônia de despedida do cartunista foi realizada no Memorial do Carmo, com cremação restrita a familiares e amigos próximosO corpo do cartunista Sérgio de Magalhães Gomes Jaguaribe, conhecido como Jaguar, foi cremado na tarde desta segunda-feira (25), no Memorial do Carmo, na Zona Portuária do Rio de Janeiro. O velório aconteceu entre 12h e 15h30, reunindo familiares e amigos próximos.
Jaguar morreu neste domingo (24), aos 93 anos, em decorrência de complicações renais após um quadro de infecção respiratória. Ele estava internado no hospital Copa D’Or, onde recebeu cuidados paliativos nos últimos dias.
Ícone do humor gráfico
Considerado um dos principais cartunistas do país, Jaguar ficou conhecido por suas charges repletas de humor, ironia e provocações, muitas delas usadas como ferramenta de resistência durante a ditadura militar. Até o mês passado, seguia produzindo, consolidando uma carreira de mais de 70 anos.
Nascido em 29 de fevereiro de 1932, no Rio de Janeiro, dividiu a infância entre Juiz de Fora (MG) e Santos (SP). Seu início profissional aconteceu na revista Manchete, em 1952, quando ainda trabalhava no Banco do Brasil — instituição que só deixaria nos anos 1970.
Na década de 1960, adotou o pseudônimo que o acompanharia por toda a vida, a partir de sugestão do colega cartunista Borjalo. Também produziu animações marcantes para a TV Globo. Foi indenizado nos anos 2000 pela perseguição sofrida na ditadura.

Legado e homenagens
Fundador do histórico jornal O Pasquim, Jaguar foi peça central no humor brasileiro e referência para gerações de artistas.
O humorista Hélio de la Peña destacou sua genialidade:
“Era um cara super culto, sabia diversas línguas, escrevia muito bem além de desenhar. Um dos caras mais engraçados que já conheci na vida. Inspiração total para mim. Revolucionou o humor.”
Jaguar deixa um legado incontestável para o jornalismo, o humor e a cultura brasileira.