Rio
Governo brasileiro autoriza nova autópsia no caso Juliana Marins
Pedido da Defensoria foi aceito, e o exame será feito até seis horas após chegada do corpo para investigar suspeita de omissão de socorro
O governo brasileiro aceitou, nesta segunda-feira (30), o pedido da Defensoria Pública da União (DPU) para que o corpo da brasileira Juliana Marins, de 41 anos, passe por uma nova autópsia no Brasil. A vítima morreu no último dia 21 de junho, durante uma trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia. O corpo deve chegar ao país nesta quarta-feira (2), e o exame necroscópico deverá ocorrer em até seis horas após o desembarque, para preservar eventuais evidências.
A informação foi confirmada pela Advocacia-Geral da União (AGU), que comunicou à 7ª Vara Federal de Niterói que irá cumprir voluntariamente a solicitação feita pela DPU. A nova autópsia pode ser decisiva para esclarecer dúvidas sobre a real causa da morte da brasileira.
Por que uma nova autópsia será realizada?
A primeira autópsia foi realizada no dia 26 de junho, em um hospital na ilha de Bali. O laudo indicou que Juliana morreu no mesmo dia da queda, em 21 de junho, em decorrência de um traumatismo grave. No entanto, imagens de drones captadas por turistas levantaram suspeitas de que ela poderia ter sobrevivido por mais tempo, sem receber socorro adequado.
Essas evidências alimentaram a principal dúvida do caso: se houve omissão de socorro por parte das autoridades locais. Juliana só foi retirada do local do acidente três dias depois, no dia 24, o que gerou comoção e questionamentos públicos sobre a atuação dos serviços de resgate da Indonésia.

O que dizem as autoridades brasileiras?
Segundo o procurador-regional da União da 2ª Região, Glaucio de Lima e Castro, a decisão de atender ao pedido da DPU foi motivada por razões humanitárias. “Compreendeu-se que a postura mais adequada seria a de colaborar para que as providências solicitadas pudessem ser operacionalizadas com celeridade e efetividade”, afirmou.
A Polícia Federal também já se colocou à disposição para colaborar com o traslado do corpo até o Instituto Médico Legal (IML) que será designado para realizar o exame. A AGU solicitou uma audiência de urgência com representantes da DPU e do governo do estado do Rio de Janeiro para definir as responsabilidades de cada ente federativo no processo.
O que pode mudar com a nova autópsia?
O objetivo do novo exame é esclarecer se Juliana faleceu imediatamente após a queda ou se houve algum tempo de sobrevivência sem atendimento, o que pode implicar responsabilização civil e criminal das autoridades indonésias. O caso segue sob investigação, com acompanhamento do governo federal e da Defensoria.