Cúpula do Brics no Rio: veja tudo que muda na cidade durante o evento

A cidade do Rio de Janeiro será palco da Cúpula do Brics nos dias 6 e 7 de julho, no Museu de Arte Moderna (MAM), no Aterro do Flamengo. O encontro reunirá chefes de Estado, chanceleres e autoridades de alto nível de países do Sul Global e já provoca mudanças significativas na rotina da capital, incluindo feriado e a decretação de uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

Esta é a mais importante reunião do bloco em 2025, com temas estratégicos como governança da inteligência artificial, saúde global, comércio, clima e segurança multilateral. A ausência de líderes da Rússia, China e Egito já foi confirmada, mas dezenas de delegações e países parceiros devem participar.

O que muda na cidade durante o evento?

Por conta do encontro, o Aeroporto Santos Dumont estará fechado nos dias 6 e 7, com voos transferidos para o Galeão. A Zona Sul terá bloqueios de trânsito e áreas de lazer interditadas, incluindo o Aterro do Flamengo. Moradores da Avenida Atlântica precisarão apresentar comprovante de residência para acessar a região, e estará proibido o estacionamento na orla entre sexta (4) e segunda (7).

Além disso, o feriado municipal foi decretado para segunda-feira (7), e a sexta-feira (4) será ponto facultativo nas repartições públicas. Os líderes internacionais ficarão hospedados em 12 hotéis de luxo na orla, entre Flamengo e São Conrado.

Quais são as medidas de segurança adotadas?

O governo federal vai decretar GLO (Garantia da Lei e da Ordem) com atuação das Forças Armadas com poder de polícia até o dia 9. O espaço aéreo da região será restrito a partir de sexta-feira (4), com proibição de drones e helicópteros. Equipes de segurança federal, estadual e municipal farão varreduras em rotas oficiais e zonas hoteleiras. A carga e descarga de mercadorias estará suspensa na orla da Zona Sul, e o acesso ao Aterro será totalmente bloqueado.

Entre os chefes de Estado confirmados estão os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Cyril Ramaphosa (África do Sul), Narendra Modi (Índia) e Joko Widodo (Indonésia), além de líderes dos Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Arábia Saudita.

Embora Xi Jinping (China), Vladimir Putin (Rússia) e Abdel Fattah al-Sisi (Egito) não participem presencialmente, seus países serão representados por ministros das Relações Exteriores e chanceleres de alto escalão.

A presença de representantes de países convidados, como Cuba, Bolívia, Cazaquistão, Vietnã e Nigéria, também está prevista, ampliando o alcance diplomático do encontro.

Quais serão os temas centrais da Cúpula?

A agenda inclui discussões sobre:

• Saúde global, com proposta de parceria para erradicar doenças causadas por pobreza e moradia precária;
• Inteligência artificial, com foco em governança ética e inclusão tecnológica;
• Mudanças climáticas, com o primeiro documento conjunto sobre financiamento climático para o Sul Global.

O Brasil, que ocupa a presidência do bloco, busca fortalecer o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) como motor financeiro da industrialização dos países emergentes. A coordenação das negociações está a cargo do embaixador Mauricio Lyrio, também sherpa brasileiro no G20.