Dom Orani celebra missa do Dia de Finados e pede paz após tragédia na Penha

O Dia de Finados, celebrado neste domingo (2 de novembro), foi marcado por fé, emoção e um apelo por paz no Crematório e Cemitério da Penitência, no bairro do Caju, na Zona Portuária do Rio. A tradicional missa foi presidida pelo arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, na capela histórica do local.

Durante a celebração, Dom Orani refletiu sobre o verdadeiro significado da data:

“O verdadeiro sentido é rezar por aqueles que partiram, na certeza de que estão na eternidade. Recordar que, enquanto vivemos, somos chamados a fazer o bem.”

O pedido de paz em meio à dor

O arcebispo aproveitou o momento para comentar o cenário de violência e luto que a cidade enfrenta após a recente operação policial no Complexo da Penha, que deixou 121 mortos, entre eles quatro policiais e 117 civis. Segundo o governo do estado, 99 corpos já foram identificados e 89 liberados pelo Instituto Médico Legal.

“Pedimos para que essa guerra que temos nessa região urbana possa um dia terminar. Rezamos por todos eles”, declarou Dom Orani, em tom de comoção.

Homenagem e símbolo de esperança

Após a missa, o arcebispo inaugurou o Jardim de Memórias Padre Pedro Paulo, em homenagem ao antigo pároco da capela, falecido em maio deste ano, aos 64 anos. O ato foi encerrado com a soltura de balões brancos, simbolizando um pedido coletivo de paz e reconciliação para o Rio de Janeiro.

No Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, o Coral Reviver, formado por cerca de 200 colaboradores da concessionária que administra o local, se apresenta em homenagem a Arlindo Cruz e Preta Gil. A atividade integra a programação do dia, que deve reunir aproximadamente 500 mil pessoas no espaço e em seu entorno.