Rio
Criminosos usam drones para lançar granadas contra policiais durante megaoperação
Megaoperação nos Complexos do Alemão e Penha deixa mortos, feridos e prende mais de 20
Criminosos utilizaram drones para lançar bombas contra policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), a tropa de elite da Polícia Civil do Rio de Janeiro, durante megaoperação realizada nesta terça-feira (28) nos Complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte da capital. Imagens mostram os equipamentos sobrevoando os agentes e lançando granadas. Não há informações sobre feridos em decorrência dos ataques aéreos.
A ação, batizada de Operação Contenção, mobilizou cerca de 2.500 agentes das polícias Civil e Militar com o objetivo de cumprir 100 mandados de prisão contra lideranças do Comando Vermelho. Até o momento, 25 suspeitos foram presos e quatro morreram em confronto. Um policial civil foi morto a tiros, e outras dez pessoas ficaram feridas.
Como foi a reação dos criminosos à operação?
Além do uso de drones armados, traficantes reagiram à presença policial com tiros e barricadas em chamas. Dezenas de colunas de fumaça podiam ser vistas de diversos pontos da cidade. A violência resultou em ferimentos em um delegado e seis policiais militares. Três civis também foram atingidos por balas perdidas durante os confrontos.
Entre os presos, cinco foram baleados e estão internados sob custódia no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha. Os policiais apreenderam dez fuzis, duas pistolas e nove motocicletas. Dos quatro suspeitos mortos, dois eram da Bahia e um do Espírito Santo.
Qual o objetivo da operação policial?
A Operação Contenção é resultado de um ano de investigação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) e conta com o apoio do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). O objetivo é desarticular a expansão territorial do Comando Vermelho e cumprir 150 mandados de busca e apreensão. Pelo menos 30 dos alvos são do estado do Pará.

A ação conta com a participação de policiais militares do Comando de Operações Especiais (COE) e de unidades operacionais da capital e Região Metropolitana. A Polícia Civil mobilizou agentes de todas as delegacias especializadas, distritais, do Departamento de Combate à Lavagem de Dinheiro e da Subsecretaria de Inteligência. A operação utiliza helicópteros, veículos blindados e de demolição, além de ambulâncias do Grupamento de Salvamento e Resgate.
Quais os impactos para a população?
A violência provocou o fechamento de 45 escolas nos Complexos do Alemão e da Penha, segundo as secretarias municipal e estadual de Educação. Na área da saúde, cinco unidades de Atenção Primária suspenderam o funcionamento, e uma clínica da família cancelou as visitas domiciliares.
O Rio Ônibus informou que 12 linhas tiveram seus itinerários desviados preventivamente para garantir a segurança de rodoviários e passageiros. Na Penha, nove linhas foram afetadas, incluindo as que ligam a região à Candelária, Praça Tiradentes e Saens Peña. No Alemão, três linhas sofreram alterações.
Participaram da cobertura: Ana Beatriz Urgal, Cyro Neves, Lucas Araújo e Lohrrany Alvim.