É possível realmente ser feliz no trabalho?

Quando as pessoas lêem sobre o tema “felicidade corporativa”, ocorre um afastamento significativo por parte delas ao continuarem a se informar sobre o tema, mesmo que o assunto afete a produtividade e o bem-estar de cada um e de seus times. Isso se dá porque boa parcela dos perfis mais racionais e objetivos, que é uma qualidade importante das pessoas, compreende palavras como “felicidade” um pouco pragmáticas e difíceis de evidenciar, portanto, pouco produtivas.

Pode parecer um tanto óbvio que as pessoas deveriam pensar na própria felicidade. Mas por esse ser um tema subjetivo, as pessoas acabam não tendo interesse? Pelo trabalho nos realizamos, entregamos algo para o mundo e vivemos momentos de tensão para fazer alguma coisa desafiando o que surge na vida real, às vezes nuvens cinzas e carregadas à frente. Segundo a especialista em gestão de saúde e felicidade, Chrystina Barros, essas tensões são naturais, mas que precisam ser reconhecidas e tratadas. “Se as acumularmos, sofremos, adoecemos. Por outro lado, se encontramos soluções coletivamente, isso se transforma em criatividade, gera prazer e faz a exaustão e tensão valerem a pena”, explica.

Chrystina usa o personagem do ator Tom Cruise no filme “Top Gun: Maverick” como exemplo. “Quando ele, instrutor de novos pilotos, pergunta se todos conhecem o manual do caça que irão pilotar, todos respondem que sim. E ele diz: ‘seu inimigo também’. Então o que fará a diferença para todos é explorar o que está além do manual, compartilhando conhecimentos e forças. Um trabalho tenso e exaustivo, mas quem viu o filme sabe que deu certo”, informa.

Voltando então a vida nada hollywoodiana, Chrystina diz que o trabalho é sim um local que nos expõe a sofrimentos, mas que deve ser um ambiente de confiança que tudo se converterá em entregas prazerosas, fazendo a vida valer a pena no seu saldo, com sustento colhido de maneira digna. “Corporativamente, são pessoas felizes que geram resultados melhores. Pessoas felizes entregam resultados de forma perene em todas as dimensões e gente feliz é que gera bons resultados pra todo mundo. Aliás, para que existe o trabalho se não for para gerar riquezas para pessoas? O ambiente corporativo pode ser uma máquina de moer gente, ou de gente que traça tudo o que vem pela frente para entregar bonito. Depende de como a gente escolhe viver e se relacionar entre si”, analisa.