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Economia

Empreendedores negros são maioria liderando pequenas empresas no estado do Rio

Setor de serviços concentra a maioria desses pequenos negócios

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Foto: Freepik

O mês da Consciência Negra e o afroempreendedorismo estão conectados. Levantamento do Sebrae Rio, com base nos dados da PNAD-Contínua do IBGE, mostra que 53,4% dos empreendedores do Rio de Janeiro são negros. Enquanto brancos à frente de pequenos negócios somam 46,6%. No ranking nacional, o Rio de Janeiro fica em quarto lugar com 9% do total de empreendedores negros do país, ficando atrás de São Paulo (17%), Minas Gerais (11%) e Bahia (10%).

O estudo indica ainda que entre os empreendedores negros, quase 80% têm até um ensino médio, 92% trabalham por conta própria e a maioria atua na informalidade. A maioria dos empreendedores negros (58,6%) atua no setor de serviços, seguido por comércio (17,4%), construção (15,5%), indústria (6,5%) e agropecuária (1,8%).

Em relação aos rendimentos, os empreendedores negros do Rio de Janeiro ganham em média R$ 2.925. Já a média nacional é R$ 2.627.

Mesmo com o aumento de empreendedores negros, a maioria ainda trabalha de forma informal. A empreendedora social e fundadora da Barkus, startup de educação e inclusão financeira, Bia Santos, falou sobre os fatores que explicam essa realidade.

“Infelizmente, mesmo depois de tantos anos, mas ainda poucos anos comparado à história do Brasil, a gente tem essa população ainda marginalizada, com dificuldade muitas vezes de acessar determinados espaços, dificuldade de acessar educação de qualidade, que consequentemente faz com que tenham menos acesso a oportunidade de emprego também com qualidade, com uma média salarial maior. Então tudo isso gera um espaço de menor incentivo mesmo ao empreendedorismo formalizado, ao acesso a cursos, específicos, que tem uma cara, que foram criados para a realidade daquele empreendedor que é específico, que tem ali as suas especificidades”, afirmou.

Ela também explicou quais são os principais desafios que enfrenta no mercado como empreendedora negra.

“Para além de lidar com todos os desafios, né, do Rio de Janeiro, da nossa cidade, do nosso dia a dia, ainda é necessário, ainda se acrescenta uma camada do racismo estrutural, que traz, né, outros estresses, outras ansiedades e outras situações, inclusive, muitas vezes, traumáticas, então, eu acho que é um desafio que todo empreendedor também passa, né, a partir do momento que ele circula nos negócios, que ele circula no ecossistema dele, na área dele, e que ele precisa também estar atento, né, coisa que outros empreendedores, né, de outras raças não precisam se atentar”, disse ela.

De acordo com dados da Prefeitura do Rio, a renda domiciliar per capita dos negros cariocas chegou a R$ 2.300, entre 2021 e 2024, 85,8% menor que a dos brancos, de R$ 4.400.

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