Rio
Enel Rio registra aumento de 17% nos furtos de energia em 2025
Maioria dos casos ocorreu em estabelecimentos comerciais; Enel e Polícia Civil intensificam operações contra ligações clandestinas em todo o estado
A Enel Rio registrou um aumento de 17% nas ocorrências de furtos de energia entre janeiro e setembro de 2025, em comparação ao mesmo período do ano anterior. As ações de combate às irregularidades são realizadas em parceria com a Polícia Civil e peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE).
De acordo com o levantamento da concessionária, mais de 100 pessoas foram presas em flagrante por furto de energia — crime popularmente conhecido como “gato”. A prática causa prejuízos à rede elétrica, compromete a qualidade do fornecimento e coloca em risco a segurança da população.
O município de São Gonçalo lidera o número de registros neste ano, seguido por Niterói, Rio das Ostras, Angra dos Reis e Paraty. Juntas, essas cidades representam quase metade das ocorrências registradas pela distribuidora em 2025. Niterói e São Gonçalo também foram os locais com o maior número de prisões em flagrante.
Comércios concentram maioria dos casos
Mais de 60% das irregularidades ocorreram em estabelecimentos comerciais, como restaurantes, bares, supermercados, oficinas e lanchonetes. Em junho, uma operação em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, identificou ligações clandestinas em uma fábrica de produtos falsificados, onde também foram apreendidas 20 toneladas de mercadorias ilegais.
Em Niterói, os agentes encontraram uma ligação irregular em uma fábrica de gelo, com cabos de alumínio de uso exclusivo da Enel.
Crime e riscos à população
O furto de energia é crime previsto no Código Penal, com pena de um a quatro anos de reclusão. De acordo com a nova legislação, quando o crime envolve cabos de energia, telefonia, dados ou transporte, a pena pode chegar a oito anos de prisão.
Além das sanções criminais, o responsável pelo “gato” precisa pagar o valor referente ao consumo não registrado. A Enel reforça que as ligações clandestinas provocam curtos-circuitos, sobrecargas e interrupções no fornecimento, afetando toda a rede.
A distribuidora estima que, se não houvesse furtos de energia, as tarifas poderiam ser até 5% mais baixas para todos os consumidores da área de concessão.