Rio
Governo cria plataforma para monitorar violência contra mulheres
Plataforma reúne informações de saúde, segurança e justiça para fortalecer políticas públicas contra a violência de gêneroO Governo do Estado do Rio de Janeiro apresentou nesta quarta-feira (20) o Observatório do Feminicídio, uma plataforma inédita que reúne informações de saúde, segurança e justiça sobre a violência contra meninas e mulheres. A iniciativa, coordenada pela Secretaria de Estado da Mulher, busca embasar políticas públicas de enfrentamento ao problema.
Com seis painéis interativos, o portal traz levantamentos inéditos, incluindo dados da Secretaria de Saúde: em 2024, foram registradas 148 notificações diárias de violência contra mulheres em unidades de saúde. Neste ano, a média caiu para 139, uma redução de 6%.
Dados que revelam a gravidade da violência
Entre os 42.152 casos notificados em 2024, 73,5% tiveram mulheres como vítimas. A violência física é a mais recorrente, enquanto o estupro aparece como a principal forma de violência sexual. Outro ponto alarmante é a reincidência: 42% dos casos se repetem.
De acordo com o Instituto de Segurança Pública (ISP), de janeiro a julho de 2025, foram registrados 53 casos de feminicídio no Rio, 12 a menos que no mesmo período de 2024. Já no campo da Justiça, o TJ-RJ concedeu 23.440 medidas protetivas e realizou 3.032 prisões no primeiro semestre deste ano.
Ferramentas de apoio e proteção
A rede de enfrentamento à violência contra a mulher conta com diferentes iniciativas:
- Patrulha Maria da Penha – Guardiões da Vida, da PM, com mais de 336 mil atendimentos;
- App Rede Mulher, que aciona a PM pelo botão de emergência e permite solicitar medidas protetivas;
- CEAM e CIAMs, centros especializados que oferecem apoio psicológico, jurídico e social;
- Abrigo sigiloso para mulheres em situação de vulnerabilidade.
Investimento e apoio acadêmico
O Observatório foi desenvolvido com apoio técnico da UFRJ e participação de diferentes órgãos, como o ISP, o TJ-RJ, o Conselho Estadual dos Direitos da Mulher e a Comissão da Alerj. A iniciativa recebeu R$ 2,4 milhões de investimento da Secretaria da Mulher.
Para o governador Cláudio Castro, a criação do Observatório reforça o papel do Estado na formulação de políticas públicas baseadas em evidências, assegurando mais dignidade e segurança às mulheres fluminenses.