Rio
Governo do Rio prorroga campanha de doação de sangue pela população LGBT+
Nova decisão do STF afirma que ninguém pode ser impedido de doar sangue por orientação sexualA campanha ‘Sangue LGBTI também salva vidas’, que foi realizada em quatro hospitais públicos do estado do Rio de Janeiro na semana passada, vai ser estendida no Hospital Pedro Ernesto (HUPE)*, em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio, até o fim do mês. A iniciativa marca a passagem do Dia Mundial do Orgulho LGBTI (28 de junho) e a recente conquista, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), do direito de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e intersexo, entre outros, também serem doadores.
Além de ampliar o tempo de duração da campanha, o HUPE e a SEDSODH, que promove a ação, fecharam uma parceria para a capacitação dos funcionários do seu banco de sangue para que estes prestem o melhor atendimento a essa nova parcela da população que começou a doar agora.
Carol Caldas, a nova superintendente de Políticas LGBT+ do Rio, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (SEDSODH), fará sua doação de sangue e estará nesta terça-feira, às 13h, prestigiando a campanha. “O nosso sangue LGBT+ também salva vidas. Esse momento é histórico. Esse minha doação de sangue representa muita luta. Estamos quebrando paradigmas ao dar continuidade a essa política pública. É emoção e felicidade ao mesmo tempo”, afirmou.
Recomendações
Para conseguir fazer a doação de sangue, a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos alerta que é necessário levar um documento original com foto, além de estar bem de saúde e ter entre 16 e 69 anos. Já os menores de 18 anos devem levar autorização e documento do responsável. O doador também deve ter peso mínimo de 50 quilos, não estar em jejum, evitar alimentos gordurosos três horas antes e ter dormido pelo menos seis horas.
O intervalo mínimo entre uma doação e outra é de dois a três meses. Para conhecer outras recomendações e impedimentos à doação de sangue, acesse o site do Ministério da Saúde.
Decisão do STF
A decisão que autorizou a doação foi tomada pela maioria dos ministros do Supremo, em votação virtual concluída em 8 de maio. Os magistrados atenderam à ação direta de inconstitucionalidade ajuizada pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), declarando inconstitucionais as restrições à doação a homens que fazem sexo com homens que constavam na Portaria 158/2016 do Ministério da Saúde e na Resolução RDC 34/2014 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A restrição à doação de sangue de homens que fazem sexo com homens impedia que gays e bissexuais doassem sangue caso sua última relação sexual tivesse sido a menos de 12 meses. A proibição incluía mesmo aqueles que declaram ter usado preservativos e mantido relacionamento estável com um único parceiro.
Os ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Cármen Lúcia, Rosa Weber, Gilmar Mendes, Luiz Fux e Dias Toffoli formaram a maioria a favor da ação.
O relator, ministro Edson Fachin, considerou que a garantia da segurança dos bancos de sangue deve ser buscada com requisitos baseados em condutas de risco e não na orientação sexual dos doadores, o que classificou como “discriminação injustificável e inconstitucional”.
Serviço:
Sangue LGBT+ também salva vidas
Horário: 8h as 15 h
Data: de seg. a sex. até 31/7
Local: Hospital Universitário Pedro Ernesto
Endereço : Boulevard Vinte e Oito de Setembro, 109 – Vila Isabel – Rio de Janeiro
*Por conta do isolamento social, as doações serão realizadas mediante agendamento pelo telefone (21) 2868 8134.