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Rio

Interventor diz que BRT tem 130 ônibus parados e mostra preocupação com futuro da Transbrasil

Intervenção no BRT termina no dia 29 e Consórcio terá que assinar termo com a Prefeitura do Rio para voltar a operar

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Em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira, na Barra da Tijuca, o interventor do BRT do Rio de Janeiro, Luiz Salomão, falou sobre o trabalho realizado e o futuro da operação. A partir de agora, o Consórcio terá que se adequar as metas indicadas pela Prefeitura do Rio, caso queira seguir no comando da operação. A intervenção no BRT termina no dia 29 de julho e o Consórcio terá que assinar um termo com a Prefeitura do Rio para voltar a operar.  Ao falar do BRT Transoeste, Luiz Salomão explicou que a obra foi feita sem nenhum projeto de engenharia, que será preciso reconstruir a pista e ainda citou que não existe frota para atender a demanda.

“O defeito da Transoeste foi genético. Não pode botar asfalto para suportar ônibus como o do BRT que é articulado que faz pressão no solo. A construção foi feita sem projeto e área inadequada. Não posso botar a culpa na gestão e nos operadores. A culpa foi do poder público. Não pode fazer obra de engenharia sem projeto. As estações não foram feitas para região. Ao longo dos 120km tem 240 favelas. Você coloca uma estação sofisticada, com falhas funcionais, numa região onde a população não é atendida em nada. Fica uma coisa agressiva. A população não identifica aquilo como seu patrimônio. É preciso reconstruir a pista. Essa de hoje é irrecuperável. Além disso, as estações não comportam as demandas. A posição do interventor e equipe era que tinha que ser feita nova licitação. No contrato com o Consórcio em 2010 tinha uma cláusula escondidinha que os quatros consórcios tem a obrigação de operar o BRT. Aquilo é ilegal e inconstitucional. Foi uma fraude. É uma vergonha. Os cartéis dos ônibus conseguem impor condições ilegais ao poder público”, afirmou.

Preocupação com a Transbrasil

Na produção do relatório do atual momento do serviço o interventor citou que nem os passageiros conhecem todos os problemas do BRT. Luiz Salomão ainda citou que a Transbrasil pode ter os mesmos problemas que a Transoeste na demanda de público.

“Ralamos muito para identificar os problemas. Os passageiros acham que sabem os problemas. Você tem que ir a fundo e investigar as causas históricas. Se é falha de gestão ou estrutural. O corretor Transoeste foi inaugurado em 2012 já saturado. Já estava com super lotação. Eles (governo anterior) sub dimensionaram a demanda. Já nasceu errado o projeto, mas não só a pista, como a frota dimensionada. Há o risco de acontecer o mesmo com a Transbrasil e será o caos. Não tem estudo de demanda”, garantiu.

Segundo o interventor, o BRT está com 130 ônibus parados nas garagens por diversos problemas.

“Temos 40 que são irrecuperáveis. São 90 ônibus que precisam de peças, manutenção e etc. Foi acertado o conserto de 30 ônibus por mês”, disse.

Medidas contra os caloteiros

O interventor do BRT falou sobre as medidas que foram tomadas para evitar a presença de caloteiros nas estações.

“Estamos aplicando as barreiras físicas para impedir o caloteiro. Não vai ter mais? Não posso falar isso. Tem atleta que vai conseguir pular. Hoje é muito fácil. A população que pagou e está na fila fica revoltada. Criamos um guarda-corpo e estamos colocando uns prismas de base triangular para a pessoa não poder ficar em pé. Isso deve reduzir o acessos dos caloteiros”.

Relação Consórcio BRT e Prefeitura do Rio

Luiz Salomão comentou o futuro do BRT após o fim da intervenção na próxima segunda-feira.

“O interesse deles (Consórcio BRT) é restabelecer os contratos, mas se fizerem isso vamos estar vigilantes e vamos denunciar. Converso permanentemente com o prefeito. Ele está exigindo um termo de compromisso das empresas. Se não for cumprido ele vai declarar novamente a intervenção. Eles prometeram transformar essa coisa precária que é o Consórcio BRT em 30 dias. Precisam ter responsabilidade. Hoje, ninguém é responsável por nada. Nem perante ao sindicato ou alguma pessoa que tenha sofrido algum acidente”.

 

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