Rio
Isabele Benito desabafa: “Avenida Brasil é o retrato do terror no RJ”
Relatos de comunicadora e dados do ISP revelam escalada da criminalidade na principal ligação entre a Zona Oeste e o Centro da capital fluminense
A Avenida Brasil, principal ligação entre a Zona Oeste e o Centro do Rio de Janeiro, se transformou em um símbolo do medo e da violência urbana. A via, que deveria representar mobilidade, tornou-se um ambiente de terror diário, com assaltos em série e domínio crescente do crime organizado.
A comunicadora Isabele Benito, da Rádio Tupi, expressou seu temor durante a abertura do seu programa “Show da Isabele Benito”, na manhã desta sexta-feira (25). “Eu não sei por que, mas a Avenida Brasil me dá pavor do início ao fim da Zona Oeste”, disse ao vivo. A fala reflete não apenas uma percepção pessoal, mas dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), que apontam que a avenida concentrou 1/3 de todos os assaltos a ônibus da cidade.
Por que a Avenida Brasil se tornou tão perigosa?
O levantamento do ISP revela um aumento de 42% nos assaltos a ônibus apenas na Avenida Brasil no último ano — foram 150 registros. A maioria dos ataques ocorre em ônibus executivos, os “frescões”, onde os criminosos priorizam o roubo de celulares da Apple, altamente valorizados no mercado paralelo.
Segundo Isabele, os assaltantes entram armados, aterrorizam os passageiros e desaparecem rapidamente. “É um pavor mesmo, não é só achismo”, desabafa. A situação ganha contornos ainda mais alarmantes com o surgimento de barricadas erguidas por moradores de favelas próximas, tentando proteger suas comunidades de sequestros e roubos.
Como o crime organizado domina a Avenida Brasil?
Isabele relatou no ar ter visto jovens armados com fuzis, sem capacete, circulando livremente pela avenida, inclusive perto de viaturas da Polícia Civil. “Me gelou a espinha”, afirmou. Esse tipo de cena já não choca como antes e evidencia a normalização do armamento pesado na região.
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Um levantamento citado aponta que 27 grandes complexos de favelas estão sob domínio do Comando Vermelho até a metade da Avenida Brasil. Já o Terceiro Comando Puro atua no trecho final da via, com disputas acirradas pelo controle do território, incluindo a atuação de narcomilícias.
A polícia tem atuado com força suficiente na via?
A comunicadora da Tupi criticou a ausência de policiamento ostensivo, como o trabalho do BPVE (Batalhão de Policiamento em Vias Expressas). Ela também pediu uma investigação mais profunda sobre a estrutura financeira do crime, que envolve “gerentes” especializados em roubo e receptação.
Apesar da operação Torniquete, que combate o roubo nas principais avenidas do Rio, Isabele reforçou que a situação na Avenida Brasil é “desesperadora”. Segundo ela, a via que leva o nome do país representa hoje um dos maiores retratos da falência da segurança pública.
A Avenida Brasil já não é apenas um caminho; virou um labirinto de medo, onde cada semáforo pode esconder uma emboscada e onde a esperança de segurança parece cada vez mais distante.