Jardim Aldir Blanc é inaugurado na Tijuca em homenagem ao artista vítima de Covid-19

Foi inaugurado na manhã desta quinta-feira (04) o Jardim Aldir Blanc na Tijuca, Zona Norte do Rio, em homenagem ao artista que morreu na mesma data em 2020. Blanc foi vítima da Covid-19.

O local escolhido para abrigar a alameda não foi por acaso. O artista morou nesta região nos últimos 40 anos de vida. Em frente à praça, localizado na esquina da Rua Marechal Trompowski e da Avenida Maracanã, fica a Creche Gente Miúda, onde, nas palavras da viúva Mary Sá Freire “os três netos de Blanc deram os primeiros passos.”

A homenagem pública foi promovida pelo prefeito Eduardo Paes em parceria com o secretário municipal de conservação, Marco Aurélio Regalo de Oliveira, e o subprefeito da Grande Tijuca, Felipe Quintans.

Amigos e familiares de Aldir também estiveram presentes, todos extremamente emocionados. Em meio ao luto e à tristeza da perda, Mary fez duras críticas aos ataques a democracia e ao negacionismo.

“Somos aproximadamente três milhões de atingidos com a morte de nossos entes queridos. Isso não pode ser arrefecido! O avanço do glamour do negacionismo está com os dias contados”, afirmou Mary.

Ao fim da fala da viúva, uma das integrantes da plateia gritou: “Sem anistia”, e foi acompanhada com mais gritos e palmas da plateia.

“[Eles] começaram a pagar ontem. Nossos atos têm consequências” completou Eduardo Paes. Nesta quarta-feira (03), a Polícia Federal realizou uma operação nos imóveis do ex-presidente Jair Bolsonaro para investigar a suspeita de uma organização criminosa que falsificava dados da vacinação contra a Covid-19.

Melo Menezes, melhor amigo do artista, discursou: “Os vírus e os indignos passaram. Aldir: passarinho, voando livre pela sua alameda.”

A homenagem foi iniciada com uma poesia de Dorival Caymmi. Em seguida, familiares e amigos choraram ao som de “Carta de Pedra”, de Aldir Blanc.