Rio
Jovem morto em festa junina: comandante da PM diz que Bope ignorou protocolos
Secretário da PM confirmou que operação no Catete não foi autorizada e resultou em afastamento de 12 agentes
O secretário de Polícia Militar do Rio de Janeiro, Marcelo de Menezes, admitiu que os protocolos operacionais não foram seguidos durante a operação do Bope que resultou na morte do jovem Herus Guimarães Mendes, de 24 anos, no Morro Santo Amaro, no Catete, Zona Sul do Rio. O rapaz estava em uma festa junina na comunidade na madrugada de sábado (7) quando foi baleado.
Em entrevista à TV Globo, o secretário afirmou que a ação ocorreu sem o conhecimento prévio do comando da corporação. “Os responsáveis não observaram os procedimentos operacionais. Por isso, decidimos afastar os oficiais e os doze policiais envolvidos”, declarou.
Por que os oficiais foram afastados da corporação?
Segundo Menezes, a decisão veio após reunião com o governador Cláudio Castro, no domingo (8). Além do afastamento dos 12 agentes, foram exonerados dois coronéis.

A PM afirmou que só soube da ação no sábado de manhã, horas depois da entrada do Bope na comunidade, por volta das 3h. De acordo com o secretário, a operação foi classificada como emergencial, motivada por uma denúncia sobre criminosos armados supostamente planejando ataques.
O uso da força foi justificado pela Polícia Militar?
Durante a entrevista, Menezes destacou que o caso representa uma “oportunidade de revisão” dos protocolos internos. “Não é um resultado desejável. O policial não sai de casa para errar. Mas precisamos aperfeiçoar os protocolos”, afirmou.
Ele explicou que ações emergenciais ainda exigem critérios básicos, como avaliação de risco, definição de horário adequado e preservação de vidas. A falta desses elementos contribuiu para a tragédia.