Justiça decreta prisão de Oruam; rapper será julgado por 7 crimes

O rapper Oruam, nome artístico de Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, teve sua prisão preventiva decretada nesta terça-feira (22) pelo Plantão Judiciário do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. O artista é acusado de cometer sete crimes, incluindo tráfico de drogas, associação ao tráfico, resistência à prisão, desacato, dano, ameaça e lesão corporal.

A decisão judicial foi motivada por um episódio ocorrido na noite de segunda-feira (21), quando, segundo a Polícia Civil, Oruam tentou impedir a apreensão de um adolescente foragido, identificado como Menor Piu, considerado um dos maiores ladrões de veículos do estado e segurança pessoal do traficante Doca, chefe do Comando Vermelho no Complexo da Penha.

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O que motivou a prisão preventiva de Oruam?

A operação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) tinha como objetivo cumprir um mandado de busca e apreensão contra Menor Piu, na casa do cantor, no bairro do Joá, Zona Oeste do Rio. Durante a abordagem, agentes relataram que o rapper incentivou tumulto, lançou pedras contra viaturas e incitou pessoas nas redes sociais para “defenderem” o local.

Vídeos postados pelo próprio Oruam mostraram o momento da confusão. Em um deles, ele diz: “Eu quero ver vocês virem aqui me pegar dentro do complexo! Não vai me pegar!” O adolescente acabou fugindo no meio do tumulto, após abrir a porta da picape em que estava detido.

Diante dos fatos, a juíza Ane Cristine Scheele Santos entendeu que os requisitos para a prisão preventiva estavam presentes, incluindo riscos à ordem pública e indícios suficientes de autoria dos crimes. A magistrada destacou a gravidade do caso e a necessidade de impedir a repetição de ações semelhantes.

Qual a ligação de Oruam com o tráfico e a facção criminosa?

De acordo com o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, Oruam tem relação direta com integrantes do Comando Vermelho, facção liderada por seu pai, Marcinho VP, mesmo preso em unidade federal. Curi afirmou que o cantor ajudou deliberadamente a frustrar a ação policial e ainda agrediu um agente com pedras.

Após a fuga, o artista teria se escondido no Complexo da Penha, reduto do tráfico no Rio. Segundo a Polícia, há indícios de que ele mantém laços com criminosos da região, inclusive com Doca, apontado como o verdadeiro chefe do menor apreendido.

A defesa do cantor informou que ainda não teve acesso ao inquérito e, por isso, não irá se manifestar sobre o caso neste momento.