Justiça rejeita denúncia do Ministério Público sobre policiais envolvidos em assassinato no Jacarezinho

O juiz Daniel Werneck Cotta, da 2º Vara Criminal da Capital do Tribunal de Justiça do Rio decidiu rejeitar a denúncia feita pelo Ministério Público aos policiais civis Amaury Sergio Godoy Mafra e Alexandre Moura de Souza, sobre o envolvimento na morte de dois homens na operação no Jacarezinho, em maio de 2021. Na denúncia do MP, os inspetores teriam disparado contra os rapazes com o objetivo de execução.

Na decisão do Tribunal, o modo e as circunstâncias que levaram os dois jovens a morte afastaram a possibilidade da denúncia ser aceita, ainda que tenha sido confirmado que eles foram baleados com tiros das armas dos policiais. No entanto, a perícia constatou que eles já estavam feridos antes mesmos da invasão policial, o que confirma que os mortos estavam em confronto antes de serem baleados pelos policiais.

Segundo as informações documentadas na rejeição à denúncia, o próprio local em que os indivíduos foram atingidos auxilia a indicar que não foi realizada uma execução, já que os disparos não aconteceram à queima-roupa ou a curta distância, sem contar que não houve disparos na cabeça.

Além disso, foi constatado a possibilidade elevada das vítimas estarem portando arma de fogo. Inclusive, as próprias testemunhas do caso não puderam alegar que os jovens não portavam armas de fogo ou objetos cortantes. Não suficiente, o local em que os disparos aconteceram foi em uma residência em que os policiais já estavam em confronto, o que configura que as vítimas – possíveis participantes do contra-ataque – estavam sob risco de serem atingidas.