"Meu filho era ímpar", desabafa pai de jovem morto após receber ácido
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“Meu filho era ímpar”, desabafa pai de jovem morto após receber ácido em hemodiálise

O jovem estava internado na UTI do Pronto Socorro Central Doutor Armando Gomes de Sá Couto desde que recebeu ácido peracético, há três semanas

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Bruno Rodrigues Ventura, de 29 anos, morreu nesta segunda-feira (8) após ser contaminado por ácido em uma clínica particular de São Gonçalo, durante uma sessão de hemodiálise. Desde então, o entregador passou 18 dias lutando pela vida na UTI do Pronto Socorro da região. Márcio Alves, pai de Bruno, disse que o estado de saúde do filho costumava alterar com frequência.

“Foi muito complicado, era um dia após o outro. A gente chegava no hospital, ele estava melhorando, no outro piorava. No fim de semana, parecia reagir, mas no domingo à noite teve uma recaída muito grande. Ontem, quando fomos visitar, a pressão já estava muito baixa. O médico dizia que tudo que tentavam, ele não conseguia reagir. E infelizmente aconteceu. Estávamos lá quando vimos a pressão zerar”, contou emocionado.

O pai descreveu Bruno como um jovem tranquilo, que não se envolvia em problemas, e tinha hobbies simples.

“Era porque era meu filho, mas ele era ímpar. Não fazia mal a ninguém. O negócio dele era o videogame, motos. Ele trabalhava, fazia entregas pelo iFood para completar a renda. Não bebia, não fumava, não saía à noite. Era uma criança grande. Chegou uma cobrança no cartão dele de anime do YouTube. Tinha 29 anos, mas pensamento de criança. Está muito complicado para a gente. A mãe dele está muito, muito arrasada”, lamentou.

Morre entregador que recebeu ácido de limpeza na veia durante hemodiálise. Foto: Reprodução

Mesmo diante da dor, o pai afirmou ter recebido com alívio a notícia de que a clínica Nice Diálise, onde o filho foi contaminado, poderia ser fechada.

“De uma forma é bom, porque lá tinha muitos erros. Amigos do Bruno, que também eram pacientes, mandavam mensagens dizendo que tinham medo. Num e-mail que recebi, dizia que a área de limpeza não era separada do espaço onde os pacientes faziam o tratamento. Isso é muito grave”, revelou.

O caso

Bruno Rodrigues estava internado na UTI do Pronto Socorro Central Doutor Armando Gomes de Sá Couto desde que recebeu ácido peracético no lugar da solução adequada para hemodiálise, há três semanas.

A Secretaria Estadual de Saúde informou ter realizado uma inspeção na clínica e constatou que todas as licenças sanitárias estavam em dia. Ainda assim, o caso segue sob investigação da Delegacia de São Gonçalo.

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