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Rio

MPRJ denuncia por racismo policiais militares que agrediram homem negro em shopping da zona norte

Após forçarem Matheus a sair da loja, os denunciados o levaram para uma escada e o derrubaram

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Foto: Reprodução/TV Globo

Foto: Reprodução/TV Globo

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Territorial da área Ilha do Governador e Bonsucesso do Núcleo da Capital, denunciou nesta quarta-feira (09), dois policiais militares acusados de praticarem ato de discriminação e preconceito racial contra Matheus Fernandes Bionde Correia, no último dia 06/08, no shopping Ilha Plaza, zona norte da cidade.

De acordo com a denúncia, os policiais militares Gabriel Guimarães Sá Izaú e Diego Alves da Silva, que trabalhavam como seguranças no shopping, desconfiaram que Matheus, que é negro e tentava trocar um relógio em uma loja de departamentos, teria furtado o objeto, abordando a vítima de forma truculenta. Após forçarem Matheus a sair da loja, os denunciados o levaram para uma escada e o derrubaram, imobilizando-o e apontando uma arma de fogo na direção de sua cabeça.

A ação penal ajuizada relata que a vítima passou a ser observada pelos denunciados porque segurava o relógio nas mãos que seria trocado e, por ser negra, os PMs desconfiaram que ela teria furtado o bem. Após a abordagem agressiva, Gabriel derrubou Matheus no chão, enquanto Diego ajudou na imobilização e deu cobertura, evitando que testemunhas se aproximassem. Porém, com o aumento do número de pessoas se aglomerando em torno da escada onde ocorriam as agressões, os denunciados soltaram a vítima, cessando a ação preconceituosa e arbitrária.

Em sede policial, os denunciados alegaram que haviam encerrado o expediente no dia do fato quando viram a vítima com um boné que fazia menção a um dos antigos líderes do tráfico de drogas no Morro do Dendê.

Além disso, eles disseram que teriam notado um volume na cintura de Matheus, que parecia ser uma arma de fogo, razão pela qual o abordaram, mas negaram que estivessem armados e que agrediram a vítima, acrescentando terem sido xingados por ela, versão desmentida pelas filmagens e por testemunhas.

Um vigilante do shopping, que compareceu à escada de incêndio e indagou aos denunciados sobre o ocorrido, relatou que eles lhe informaram que estavam verificando se a vítima cometera um furto, não mencionando nada a respeito da possível arma de fogo e do boné suspeito.

Diante disso, requer a 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Territorial da área Ilha do Governador e Bonsucesso do Núcleo da Capital, que os denunciados respondam pelo crime de racismo, previsto no artigo 20 da Lei 7.716/89 e que prevê pena de reclusão de um a três anos.

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