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Rio

MPRJ denuncia vereador de Petrópolis por homofobia, concussão e usurpação de função pública

"Domingos Protetor", eleito para o mandato de 2021 a 2024, teria praticado em seu gabinete um esquema de enriquecimento ilícito

Publicado

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Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro
Ministério Público (Imagem: Divulgação/MPRJ)

A Promotoria de Justiça de Investigação Penal de Petrópolis denunciou o vereador Domingos Galante Neto, conhecido como “Domingos Protetor”, pelos crimes de homofobia caraterizada como injúria racial, concussão (utilização de cargo público para obter vantagem indevida) e usurpação de função pública. De acordo com a denúncia, que pede a suspensão do mandato do denunciado, o político coagiu funcionários a realizarem atividades em seu benefício pessoal. Além disso, ocupou, sem ter sido nomeado para tanto, a Coordenadoria de Bem-estar Animal do município e insultou uma funcionária em razão de sua opção sexual.

A denúncia relata que o vereador, eleito para o mandato de 2021 a 2024, teria praticado em seu gabinete um esquema de enriquecimento ilícito, condicionando a manutenção de servidores comissionados em seus respectivos cargos à aquisição, para si, de bens e serviços, ou determinando a compra de bens pessoais, ou determinando que os funcionários arcassem, com recursos próprios, com suas despesas particulares.

Em um dos casos citados na denúncia, relata o MPRJ que o político teria obrigado um servidor lotado em seu gabinete a arcar com o pagamento de recargas para o seu telefone celular, com compras de ração e pagamentos de despesas oriundas dos tratamentos dispensados a animais resgatados a mando do vereador, como medicamentos, cirurgias e hospedagens em abrigos particulares. Além disso, teria coagido o funcionário, sob pena de demissão, a realizar a transferência de valores para a sua irmã, causando-lhe um prejuízo aproximado de R$ 26 mil.

Em outra situação, Domingos teria injuriado por diversas vezes uma afilhada que trabalhava em seu gabinete na Câmara dos Vereadores. Ele a teria chamado, em razão da sua opção sexual, de “sapatão e homenzinho” na presença dos demais funcionários, além de lhe pedir que arrumasse um grupo de “sapatão” para votar nele.

Por fim, a denúncia relata que o político, mesmo sem ter sido oficialmente nomeado pela Prefeitura, tem ocupado o cargo de coordenador da Coordenadoria de Bem-estar Animal do município desde que assumiu o seu mandato, indicando pessoas para assumir cargos comissionados, determinando quais animais resgatar e interferindo em questões administrativas, como fixação do horário de atendimento e funcionamento do órgão.

Além do afastamento do cargo, requer o MPRJ que o denunciado seja proibido de frequentar as dependências da Câmara de Vereadores de Petrópolis e de ter contato com os servidores que foram vítimas de seus atos.

A reportagem da Super Rádio Tupi tentou entrar em contato com o vereador, mas não obteve resposta.

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