Rio

Museu do Amanhã promove evento que reflete importância das matrizes africanas na sociedade

Entre os dias 29 e 31 de julho, das 10h às 18h30, o Museu do Amanhã promoverá, em parceria com a Feira Literária de São Gonçalo (FLISGO), uma nova edição do projeto “Vivências do Tempo – Matrizes Africanas”. O evento, aberto ao público, promoverá reflexões sobre a importância dos saberes e fazeres das pessoas negras e das matrizes africanas na sociedade, além de transmitir o legado histórico da região da Pequena África, onde o museu está localizado.

A programação trará painéis, oficinas educativas, e apresentações artísticas, com co-curadoria da Flisgo, além de intervenções artísticas e culturais que visam integrar especialistas, organizações da sociedade civil e agentes de transformação para dialogar com o público em suas mais diversas linguagens. Entre os participantes, estarão o diretor de cinema e teatro Rodrigo França, a autora Eliana Alves Cruz , o filósofo Renato Noguera e a pensadora Helena Teodoro.

Dividido entre os eixos temáticos Presenças Negras; Vozes e Subjetividade; Memória e Ancestralidade, a agenda tem o objetivo de contar histórias conhecidas e inventar novas narrativas a partir dos corpos e vozes de pessoas negras. Para garantir o protagonismo e a celebração das matrizes africanas, a programação também inclui o Prêmio Letras Pretas e o evento de instituição do Aquilombamento Brasileiro de Letras e Artes Pretas Originárias, duas iniciativas da FLISGO.

“Nós vamos propor a reflexão sobre as raízes ancestrais que nascem da dura narrativa do Cais do Valongo e sobre a presença negra que historicamente se faz presente nos espaços vizinhos do Museu e se espalha pelo Brasil. Essa programação busca se conectar com as demandas das pessoas negras em suas mais diversas perspectivas, fomentando o pensamento crítico a respeito das questões raciais”, conta Luis Araújo, Gerente de Territórios e Comunidades do Museu do Amanhã.

“A premiação visa romper com a ideia de entronização de prestígio e privilégio das academias de letras eurocentradas. A academia surge da urgência em promover a visibilidade dos expoentes das letras pretas e originárias, de movimentar políticas públicas para a formação de leitores e escritores jovens, adultos e crianças, bem como contribuir para a visibilidade de novos talentos num diálogo contínuo entre os acadêmicos e a sociedade civil. Destacamos, ainda, a importância do Museu do Amanhã colocar em prática ações antirracistas realizando o evento ‘Vivências do tempo – Matrizes Africanas’ e ao acolher eventos como o Festival Literário de São Gonçalo, o Prêmio Escritas Pretas e o Anúncio do Aquilombamento Brasileiro de Letras e Artes Pretas e Originária- ABL Pretas e Originárias. Essa parceria só vem fortalecer a desmarginalização dos bens culturais e artísticos da população”, explica  Dra. Elisabete Nascimento (LaborAfro), curadora da academia e da premiação.

Localizado na Região da Pequena África, o Museu do Amanhã busca constantes formas de diálogo com as origens históricas, artísticas e culturais de matrizes africanas que, ancestralmente, constituem a essência da identidade do território em que está inserido. O Vivências do Tempo é um programa do Museu que procura aproximar os diversos públicos da riqueza de possibilidades existenciais que as muitas brasilidades oferecem. A primeira edição, em 2017, abordou as matrizes africanas e a segunda, em 2019, teve como foco as matrizes indígenas.

Confira a programação completa:

Sexta-feira, 29 de julho

Tema: A força da presença das pessoas negras nos espaços tem o poder de mudar realidades. Mesmo enfrentando as duras realidades provocadas pelo racismo estrutural que organiza nossa sociedade, a existência de pessoas e narrativas negras têm gerado transformações significativas na forma como experienciamos o mundo. Porém, isso só é possível através da visibilidade, do protagonismo e do exercício da vida em sua plenitude. É preciso encontrar cada vez mais formas de garantir que pessoas negras possam se representar e se ver representadas, para que possamos construir um amanhã antirracista.

13h -14h – Oficina de Escrita Afetiva

Local: Observatório

Convidados: Tatiane Oliveira

14h às 16h – Painel Evidências das Culturas Negras: Educação Pluriversal e a importância das presenças negras para o letramento racial

Local: Auditório

Convidados: Aza Njeri , Ellen Ferreira, Miriam Alves e Renato Noguera | Mediação: Kelly Vilela

16h30 às 18h – Apresentação – Cortejo com Filhos de Gandhi e Uma Só Voz – Instalação Placa Baobá

Local: Átrio – Baobá

Convidados: Afoxé Filhos de Gandhi

Sábado, 30 de julho

Tema: Precisamos pensar formas novas de contar nossas histórias. Encontrar novos pontos de partida e colocar em questão quais são os supostos pontos de chegada. A partir das vozes negras podemos encontrar modos distintos de ver e perceber o mundo, criando sentidos diferentes para coisas conhecidas ou até mesmo descobrindo novos universos ainda não imaginados. É preciso permitir que os corpos se expressem livremente, percorram as ruas, as encruzilhadas, os terreiros, os mares e os morros, grafando com os seus próprios sinais a realidade que nos cerca. A partir de então, olhar a cidade, e tudo que nos cerca, já não será mais a mesma coisa. As vozes, e os corpos que as portam, precisam ser cuidadosamente ouvidos, para que possam ser devidamente valorizados.

10h – 10h30 – Contação de Histórias Baobazinho

Local: Baobá

Convidados: Anderson Barreto

14h – 15h30 – Painel O Cais do Valongo e a Pequena África: Mulheres negras com a palavra

Local: Auditório

Convidados: Eliana Alves Cruz,  Helena Teodoro e Gracy Mary Moreira | Mediação: Agata Paue

15h – 16h30 – Circuito de Herança Africana

Local: Área externa

Convidados: Instituto Pretos Novos + Equipe de Educação do Museu do Amanhã

16h – 17h30 – Painel Juventude, corpos e expressividades

Local: Auditório

Convidados: Rodrigo França, Ellen Costa e Carolina Rocha | Mediação: Thiago Mathias

17h40 – 18h30 – Roda de Slam

Local: Átrio

Convidados: Slam das Minas

Domingo, 31 de julho

Tema: Pedir a benção aos mais velhos e celebrar os que ainda estão por vir. Esta é a base do pensamento sobre ancestralidade e memória das matrizes africanas. Nada pode ser pensado sobre o futuro que não passe pela semeadura deixada por quem trabalhou a terra antes de nós, ao passo que a árvore que brota no hoje já estava contida na semente do ontem.

10h – 12h – Oficina Semeando Emoções

Local: Observatório

Convidados: Agudás

14h – 15h15 – Visita Trilhar os Amanhãs: Vivências do Tempo

Local: Exposição principal

Convidados: equipe de Educação do Museu do Amanhã

O Museu do Amanhã fica na Praça Mauá, nº 1, Centro do Rio.

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