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O novo mapa do crime e a expansão territorial das facções criminosas no Rio

O Mapa dos Grupos Armados foi publicado nesta quinta-feira (04) pelo Instituto Fogo Cruzado e pelo Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense

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Foto: Reprodução

Um relatório do Instituto Fogo Cruzado mostra uma mudança na distribuição dos territórios controlados por grupos armados na Região Metropolitana do Rio. Mesmo em crise e com influência reduzida, as milícias ainda ocupam a maior área total. Em 2024, elas dominam ou influenciam 49,4% das zonas sob poder do crime organizado, o que corresponde a cerca de 201 quilômetros quadrados. Apesar disso, quando falamos de controle direto, quem passa a liderar é o Comando Vermelho.

O professor Pedro Hermílio Villas Bôas Castelo Branco, do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), explica essa mudança de domínio:

“A estrutura do Comando Vermelho é uma estrutura que opera mais em redes, que é mais dinâmica, que tem maior resiliência. É menos hierárquica do que a milícia e mais transversal, porque a milícia herda aquela estrutura hierárquica militar. Então, isso é um fator que ajudou também o Comando Vermelho a se expandir. A capacidade também do Comando Vermelho de repor as suas lideranças presas e a possibilidade de se organizar em presídios tanto estaduais quanto nacionais é um fator de fortalecimento do Comando Vermelho”.

A estratégia de conquista territorial também mudou. A expansão por áreas vazias perdeu espaço e, agora, a disputa acontece principalmente em regiões já ocupadas, marcada por confrontos violentos.

De acordo com o levantamento, o maior crescimento do Comando Vermelho se deu em 2019, quando o grupo anexou cerca de 146 mil habitantes sob o controle e influência do tráfico, sobretudo referente à conquista da Rocinha, a terceira maior comunidade da América Latina. O avanço do CV está relacionado a mudança no tipo de expansão territorial, quando passou a crescer principalmente por conquista de território, ao substituir grupos rivais em áreas controladas

O jornalista e âncora do Jornal da Tupi, Sidney Rezende, comenta sobre o cenário do crime organizado no Rio:

“Há bastante tempo o Rio de Janeiro enfrenta esse problema seríssimo da ocupação de espaço. E isso precisa ser coibido de todas as maneiras e de todas as formas. Não é só um caso de polícia, é um caso de polícia, é um caso de política e é um caso também que precisa o Poder Público unido a outros da União, do Estado e do Município com o objetivo de evitar que ocorra o que está acontecendo. Os bandidos estão tomando conta dos espaços, roubam-se cargas, as cargas acabam sendo vendidas naquele espaço onde os bandidos detêm controle, as barricadas são uma espécie de obstáculo inicial, eles têm também milícias armadas e tem gente ligada ao tráfico de drogas, ao roubo de cargas, outros crimes como roubo de carros também e esse que é o pior deles, fazer da tirania o seu principal instrumento para tutelar o povo. Isso precisa ser enfrentado, isso precisa ser combatido imediatamente”.

Segundo o Mapa Histórico dos Grupos Armados, mais de 4 milhões de pessoas da região metropolitana do Rio de Janeiro vivem sob domínio de grupos armados, sendo 3,4 milhões vivendo sob controle direto, e os outros 600 mil são afetados com algum grau de influência, atendendo a regras impostas por milícias e facções.

Esse total representa 34,9% da população das 22 cidades da região.

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