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Odette Dias, mestra do choro e fundadora do Clube do Choro, morre aos 96 no Rio

Artista francesa radicada no Brasil teve atuação decisiva na difusão do choro e na formação musical

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Foto: Arquivo CB

A flautista Odette Ernest Dias morreu nesta quarta-feira (24), aos 96 anos, no Rio de Janeiro. Nascida na França e radicada no Brasil, ela se consolidou como uma das principais referências do choro no país e teve papel central na formação de gerações de músicos.

A informação foi confirmada por familiares. Segundo o filho, o violonista Jaime Ernst Dias, a musicista manteve uma carreira ativa por décadas e lecionou flauta até os 90 anos em um conservatório no Rio de Janeiro.

Odette deixa seis filhos, cinco deles músicos. De acordo com Jaime, a mãe influenciou a trajetória artística da família. “Ela nos inspirou em todos os sentidos”, afirmou em entrevista à Agência Brasil.

Quem foi Odette Dias e como começou sua trajetória no Brasil?

Odette chegou ao Rio de Janeiro aos 23 anos para integrar a Orquestra Sinfônica Brasileira. Anos depois, foi contratada pela Universidade de Brasília (UnB), o que levou toda a família a se mudar para a então nova capital federal.

Em Brasília, além da atuação acadêmica, a flautista passou a promover encontros musicais em casa, nos quais o choro era tocado por horas. Esses encontros deram origem ao Clube do Choro de Brasília, que se tornaria referência nacional do gênero.

Qual foi a contribuição de Odette Dias para o choro brasileiro?

A atuação de Odette foi decisiva para a ampliação do espaço do choro no cenário musical brasileiro. Nos palcos, ela realizou parcerias com diversas musicistas, entre elas a pianista Elza Kazuko Gushiken, e consolidou sua carreira como solista.

Jaime Ernst Dias destacou ainda que gravou com a mãe o disco Paisagem Noturna, trabalho que reforça a ligação artística entre ambos e a dedicação da flautista ao repertório brasileiro.

Em nota, o Ministério da Cultura manifestou pesar pela morte da flautista e destacou sua participação na criação do Clube do Choro de Brasília. Segundo o órgão, o espaço se consolidou como referência cultural e patrimônio imaterial do Distrito Federal.

O ministério também ressaltou a atuação de Odette como educadora. “Sua trajetória uniu excelência técnica, compromisso com a música e generosidade no ensino”, informou o comunicado.

O atual diretor do Clube do Choro, Henrique Neto, afirmou que a história da instituição está diretamente ligada à musicista. Ele lembrou que, em uma homenagem realizada em 2021, Odette fez questão de tocar. “Ela era uma apaixonada por choro e andava sempre com a flauta dela”, recordou.

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