Rio
Oruam é denunciado por tentativa de homicídio contra policiais
Ministério Público acusa cantor de atirar pedras em policiais civis durante operação no Joá; defesa nega crime e fala em abusoO Ministério Público do Rio de Janeiro denunciou o rapper Oruam — nome artístico de Mauro Davi dos Santos Nepomuceno — por tentativa de homicídio qualificada contra dois policiais civis da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). A denúncia também inclui Willyam Matheus Vianna Rodrigues Vieira, de 22 anos.
Segundo o MP, o episódio ocorreu na madrugada de 22 de julho, durante operação no bairro do Joá, Zona Oeste do Rio, quando os agentes cumpriam mandado de busca e apreensão contra um menor acusado de tráfico. Após a apreensão, Oruam e outros indivíduos teriam lançado pedras de até 4,85 kg contra os policiais a partir da varanda da casa, a uma altura de 4,5 metros.
Por que Oruam foi denunciado por tentativa de homicídio?
A Promotoria sustenta que os acusados assumiram o risco de matar (dolo eventual), ao atacarem servidores públicos em serviço com objetos que poderiam causar lesões fatais. Um policial foi atingido nas costas, enquanto outro precisou se proteger atrás da viatura.
Confira o vídeo
🚨CASO ORUAM: Câmera de segurança mostra rapper batendo no vidro do carro do delegado Moisés Santana. pic.twitter.com/bDqqFhX44T
— Hora da Fofoca (@horadafofocatv) July 29, 2025
O MP ainda pediu prisão preventiva de ambos, alegando risco à ordem pública, à instrução do processo e à aplicação da lei penal. A denúncia também considera os ataques como motivados por motivo torpe e meio cruel, podendo enquadrar o caso na Lei dos Crimes Hediondos.
Quais são os outros crimes atribuídos a Oruam?
Além da tentativa de homicídio, Oruam responde por sete acusações criminais:
- Tráfico de drogas, associação para o tráfico, resistência qualificada, desacato, dano qualificado, ameaça e lesão corporal.
O menor apreendido no local, conhecido como Menor Piu, se entregou posteriormente. Segundo a DRE, ele é ligado ao Comando Vermelho e atuava como segurança de Doca, chefe do tráfico no Complexo da Penha.
O que diz a defesa de Oruam sobre a denúncia do MP?
A defesa nega a tentativa de homicídio e afirma que Oruam agiu em “momento de extremo desespero e legítima defesa“. Em nota, a equipe jurídica alega que o artista foi ameaçado de morte, agredido fisicamente e teve sua casa revirada sem justificativa legal.
Ainda segundo os advogados, a operação foi realizada sem mandado judicial válido, com uso de viaturas descaracterizadas e em horário proibido, configurando possíveis abusos de autoridade conforme a Lei 13.869/2019.
A defesa reforça que ele se entregou voluntariamente e que está sendo criminalizado injustamente: “Trata-se de uma narrativa distorcida que fere o Estado Democrático de Direito”, disse em nota a assessoria do cantor.