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Rio

Parque Nacional da Tijuca vê aumento na frequência de animais silvestres durante isolamento social

Sete espécies diferentes foram vistas em locais que costumavam estar cheios de gente e não de bichos desde março, quando a visitação foi interrompida pela pandemia de coronavírus

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Crédito: Parque Nacional da Tijuca/Divulgação

Crédito: Parque Nacional da Tijuca/Divulgação

O Parque Nacional da Tijuca, o maior em visitação do país, tem registrado um aumento de visitantes que não costumam entrar para as estatísticas turísticas. Desde o dia 17 de março de 2020, quando a visitação foi suspensa por causa da pandemia do novo coronavírus, as cutias, jabutis-tinga, saracuras do brejo, quatis, esquilos, macacos prego e até uma lagarta gatinho começaram a explorar muito mais à vontade as áreas do Parque. Desde então, vários representantes dessas sete espécies, todas nativas, foram vistos em estradas e pontos turísticos que, antes do isolamento social, ficavam lotados, mas de visitantes humanos.

A bióloga e servidora do ICMBio, Katyucha Von Kossel, explica que, diante deste cenário de isolamento social, o aumento na circulação dos animais é normal. “A fauna do Parque se sente menos ameaçada com a ausência de pessoas e de barulho, que costuma ser provocado pela atividade humana. As cutias e saracuras, por exemplo, são mais tímidas e difíceis de visualizar andando calmamente”, detalha Katyucha.
Ainda de acordo com a bióloga, como esses animais vivem em um parque que fica no meio de uma megalópole, a particularidade do atual cenário está no fato de que, antes do isolamento social, a livre movimentação acontecia apenas entre algumas espécies e em algumas faixas de horários, como no início da manhã ou início da noite. Com essa pausa da sociedade, veio a segurança para mais animais e para a circulação em diferentes horários. Deixou de existir, pelo menos temporariamente, o conflito com as atividades humanas em estradas e locais com alta movimentação de turistas, o que trazia riscos como mortes por atropelamentos ou o consumo de alimentos cedidos por visitantes.
Em busca da relação sustentável com a atividade humana, o chefe do Parque Nacional da Tijuca, André Mello, pontua questões importantes sobre o fenômeno observado recentemente. “Quando o Parque for reaberto, os visitantes precisam se lembrar que o limite de velocidade de circulação nas estradas que cortam o Parque é de 30 km/h e que os bichos não devem ser alimentados nunca. O retorno à rotina pré-isolamento social vai fazer com que os animais se afastem novamente dos pontos onde foram observados. Porém, o contato com as pessoas eventualmente vai acontecer. Então, é importante que todos saibam como agir, respeitando regras que visam a boa experiência de visitação e a preservação da fauna e da flora do parque”, orienta André.
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