Rio
PF desmonta esquema de extorsão com participação de agentes federais no Rio
Três agentes federais e um PM cobravam propina de empresário para evitar inquéritos; operação foi deflagrada nesta quinta (6)A Polícia Federal prendeu um empresário em flagrante e afastou três agentes federais e um policial militar durante a Operação Mundemus, deflagrada nesta quinta-feira (6) no Rio de Janeiro. Segundo a PF, os policiais usavam a estrutura da Superintendência Regional da corporação para extorquir o empresário, exigindo pagamentos mensais em troca de não abrir inquéritos contra ele.
Como funcionava o esquema de extorsão?
De acordo com as investigações, o grupo chegou a fornecer carteiras funcionais e distintivos falsos da PF para que o empresário se apresentasse como policial. Durante as buscas, o homem foi preso em flagrante por posse ilegal de armas e munições em sua residência, localizada em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio.
Além do material bélico, os agentes apreenderam uma carteira funcional e distintivo falsificados, além de um veículo blindado com sirene e giroflex.
Quem são os investigados?
Entre os policiais federais envolvidos, dois estão aposentados e um está na ativa. O policial militar suspeito de participar da organização foi alvo de busca em Niterói, na Região Metropolitana.
Outros mandados foram cumpridos na Barra da Tijuca, Penha e Tijuca, onde moram os demais agentes federais.
A PF determinou o afastamento das funções dos envolvidos e impôs medidas cautelares, incluindo a entrega de armas, proibição de deixar o país e restrição de acesso às sedes da corporação.
Os quatro investigados foram indiciados por organização criminosa, extorsão majorada, falsidade ideológica, falsificação de selo público e violação de sigilo funcional.
Origem da operação Mundemus
A investigação teve início a partir de provas encontradas na Operação Cash Courier, deflagrada em março, que mirava um esquema de tráfico internacional de armas liderado por um policial federal aposentado. As evidências apontaram para um novo grupo criminoso, resultando na operação desta quinta.
O nome “Mundemus” deriva do latim e significa “vamos limpar” ou “purifiquemos”, em referência ao combate à corrupção interna dentro das forças de segurança.
Posição da Polícia Militar
Em nota, a PM informou que sua Corregedoria-Geral acompanha as investigações e instaurará Procedimento Administrativo Disciplinar contra o militar envolvido.
“O comando da corporação reitera que não compactua com desvios de conduta ou crimes cometidos por seus integrantes e atua com rigor na apuração e punição dos envolvidos”, destacou o comunicado.