“Pode fazer algo com minha família”, diz entregador baleado por policial penal

O entregador Valério Júnior, baleado no pé por um policial penal após se recusar a subir até o apartamento para entregar um pedido, afirmou em entrevista ao Show do Clóvis Monteiro, na Super Rádio Tupi, que teme por sua segurança e pela da família caso o agente seja solto. O crime ocorreu na noite de sexta-feira (29), na Taquara, Zona Oeste do Rio.

Segundo a vítima, o agressor, José Rodrigo Ferrarini, de 39 anos, mora a apenas dez metros de distância: “Do meu condomínio para o dele são 10 metros. Então é uma preocupação porque ele pode ser solto, eu não vou ficar sabendo, e minha mãe, meu filho e minha esposa podem estar na rua e ele pode fazer alguma coisa”, disse Valério.

O entregador, de 30 anos, está com o pé engessado e ainda com a bala alojada. Em 15 dias, ele vai passar por uma nova avaliação médica para definir se será necessária a realização de uma cirurgia. Enquanto isso, ficará afastado do trabalho.

Casado e pai de uma filha de 3 anos, Valério mora com a mãe e o irmão no mesmo condomínio da esposa, em blocos diferentes. Ele trabalha de carteira assinada durante o dia e faz entregas pelo iFood à noite para complementar a renda. “Estou sem trabalhar, sem auxílio, sem uma resposta, sem nada”, lamentou.

Entenda o caso

De acordo com as investigações, o crime aconteceu após Ferrarini se recusar a buscar o pedido na portaria do condomínio e exigir que o entregador subisse. Diante da negativa, os dois discutiram e o policial disparou contra Valério.

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O agente, que atua na Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP), teve a prisão preventiva decretada por 30 dias. Em depoimento, alegou que o disparo foi acidental.

Ferrarini já havia sido condenado por violência doméstica e também chegou a ser preso em flagrante por receptação de carro roubado.