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Polícia afirma que torcidas usavam inteligência artificial e códigos para planejar brigas

Operação cumpriu 39 mandados contra suspeitos ligados a organizadas, com apreensão de armas e prisões

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Draco. Foto: Thalyson Martins/Rádio Tupi

A Polícia Civil do Rio de Janeiro revelou que torcidas organizadas utilizam códigos e até imagens criadas por inteligência artificial para marcar encontros violentos pela cidade. A informação veio à tona durante coletiva nesta quinta-feira (18), quando foi detalhada uma grande operação contra membros de facções ligadas ao futebol.

Foram cumpridos 39 mandados de busca e apreensão, nove deles em sedes de torcidas dos quatro grandes clubes do Rio. Na ação, um suspeito morreu em confronto, outro foi preso na Ilha do Governador e um torcedor do Botafogo foi detido em flagrante por posse ilegal de arma de fogo. Entre os materiais apreendidos estavam fuzis, explosivos e armas artesanais.

Segundo o delegado Álvaro Gomes, da Draco/IE, os investigados usavam expressões cifradas em redes sociais para organizar emboscadas. Um dos códigos identificados foi a sigla “Pas nos estádios”, que significava “Pelotão de Assalto Surpresa”. “Quando um grupo utilizava o termo em determinado endereço e outro respondia, invariavelmente havia confronto naquele local”, explicou o delegado.

Confira o vídeo

Estratégias das torcidas

Além dos códigos, a polícia também descobriu o uso de imagens manipuladas por inteligência artificial, que mostravam mascotes de clubes rivais ensanguentados. Os envolvidos também discutiam quais camisas não deveriam ser usadas em determinados territórios, reforçando a rivalidade.

O delegado destacou que os investigados “são covardes, agem em grupo e chegaram a afirmar que tinham um território a proteger, custe o que custar, morra quem morrer”.

Monitoramento e medidas de segurança

De acordo com o subcomandante do Bepe, tenente-coronel Guilherme, os órgãos de segurança monitoram integrantes cadastrados pelas próprias torcidas, mas há lacunas que dificultam a identificação de alguns suspeitos.

“Não estamos contra as torcidas organizadas, mas contra criminosos que se escondem nelas. Dentro dos estádios, onde há monitoramento, a violência caiu. O problema está do lado de fora”, afirmou.

O oficial também pediu apoio dos clubes no uso de tecnologias como o reconhecimento facial para aumentar a segurança.

Casos de violência durante últimas partidas

Nos últimos dias, a rivalidade entre torcidas deixou mortos. Na quinta-feira (11), Rodrigo José da Silva Santana, de 36 anos e torcedor do Vasco, foi baleado na cabeça em Oswaldo Cruz, na Zona Norte, antes do clássico contra o Botafogo. Já no sábado (13), Mateus Casemiro dos Santos, de uma organizada do Olaria, morreu em confronto próximo ao Estádio Nilton Santos.

Ambos os casos são investigados pela Delegacia de Homicídios. Além disso, o Juizado Especial do Torcedor suspendeu a Torcida Jovem do Flamengo por dois anos de qualquer evento esportivo no Brasil.

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