Rio
Polícia Militar chega a marca de 51 agentes assassinados em 2025
"O policial agindo está em constante risco, principalmente aqueles que participam de tropas de enfrentamento", disse o especialista em Segurança Publica e Capitão Veterano do BOPE Paulo Storani
Familiares e amigos prestaram as últimas homenagens ao tenente, Jonathan Francisco da Silva. O agente foi morto na madrugada do último sábado (15), durante um confronto na comunidade Beira Rio, no Recreio dos Bandeirantes. O Policial chegou a ser socorrido com vida para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra, mas não resistiu aos ferimentos.
O Secretário de Estado de Polícia Militar, o Coronel Marcelo de Menezes Nogueira, que participou do enterro do policial, falou sobre o agente:
“Eu vim aqui dar todo o apoio e me solidarizar com a família do Tenente Jonathan, um jovem negro de periferia, pai de família, que escolheu o lado do bem, escolheu a oportunidade, buscou essas oportunidades, um homem religioso que foi brutalmente assassinado por narcoterroristas que deram um tiro no pescoço e tiraram a vida dele”.
Segundo dados da Polícia Militar, dos 51 policiais assassinados neste ano, 13 estavam em serviço. O especialista em Segurança Publica e Capitão Veterano do BOPE, Paulo Storani, fala sobre a atual legislação que rege as operações policiais:
“O trabalho policial é muito interessante, porque nós não temos uma legislação específica que ampare o policial, principalmente nas ações de alto risco. Para as pessoas terem uma ideia, o policial, muitas das vezes, quando o resultado de um enfrentamento é um resultado com letalidade, o policial vai responder por homicídio e ele precisa provar que agiu em escrito cumprimento do dever legal ou em legítima defesa, da sua defesa ou defesa de terceiros. Mas, para isso, ele vai precisar constituir advogado, pago pelo seu próprio bolso, que o Estado não oferece isso, a Defensoria Pública nunca vai defender um policial, e aí ele vai provar que ele agiu dentro dessas condições, que são excludentes de criminalidade”.
O Tenente Jonathan, tinha 34 anos, era formado em Direito e estava na corporação desde 2019. Ele deixa esposa e uma filha de 3 anos.
“Eu sou aspirante oficial PM Jonathan, hoje me formando no curso de formação de oficiais da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Agradeço primeiramente a Deus pela oportunidade de chegar até aqui. Agradeço a minha esposa, agradeço a minha família e amigos que me acompanharam até aqui. A todos, o meu muito obrigado”, disse Jonathan em vídeo gravado ao entrar na corporação.
Durante o confronto, um suspeito foi baleado e não resistiu aos ferimentos. Até o momento, nenhum dos assassinos do policial foi preso. O caso está com a Delegacia de Homicídios da Capital.