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Policiais militares acusados de tentativa de homicídio são alvos de operação

Ação teve como objetivo cumprir seis mandados de prisão e 15 de busca e apreensão

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Foto: Divulgação

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A Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol), o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio de Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), e a Corregedoria da Polícia Militar realizaram, nesta quinta-feira (17), a operação integrada “Todos por Um”.

A ação teve como objetivo cumprir seis mandados de prisão e 15 de busca e apreensão contra policiais militares acusados de tentar matar um policial civil e de coagir comerciantes. Cinco PMs e mais uma pessoa foram presos. Um tenente e um capitão da Polícia Militar também foram alvos da operação.

As investigações começaram no início de abril de 2020, quando um policial civil da 39ª DP (Pavuna) foi alvo de uma tentativa de homicídio. Na ocasião, os acusados dispararam mais de 20 vezes na direção do agente, que foi atingido por um tiro na perna. Segundo as informações apuradas, a motivação foi por conta da atuação do policial civil, vítima do atentado, que desagradou um grupo de policiais militares abordados por ele durante uma ação realizada no final de 2019.

Na época, agentes foram verificar uma denúncia de que supostos PMs estavam coagindo comerciantes a vender determinadas marcas de cigarro na Feira da Pavuna. A informação gerou uma investigação sobre a comercialização ilegal de cigarros no local. Desde então, o grupo planejou executar o policial civil. Inclusive, uma das testemunhas ouvidas na investigação foi morta em janeiro deste ano.

“As equipes identificaram os acusados após intenso trabalho de inteligência e investigação. A Polícia Civil realizou exames no lugar em que ocorreu a tentativa de homicídio e verificou diversas câmeras de segurança. Por meio das imagens, os agentes identificaram o carro utilizado no dia do fato e o encontraram abandonado a cerca de três quilômetros do local do crime” – destacou o diretor do Departamento-Geral da Capital, delegado Antenor Lopes.

Os investigadores traçaram as rotas utilizadas pelos acusados e descobriram que foram usados três veículos diferentes na ação, sendo que os criminosos trocaram duas vezes de carro durante a fuga.

“Com o andamento das investigações foi possível determinar que os três executores do crime, que estavam no automóvel apreendido, eram policiais militares da ativa e que o veículo pertencia a outro policial militar do mesmo batalhão. Um quinto PM ainda auxiliou na execução, emprestando um carro para a fuga e vigiou a vítima” – declarou o titular da 39ª (DP), delegado Rodrigo Barros.

As investigações também identificaram um sexto participante, um informante que trabalhava com os policiais militares envolvidos. Ele foi responsável por vigiar a vítima na 39ª DP no dia do crime e na véspera, utilizando o veículo particular de um dos policiais militares.

“Cabe ressaltar que os acusados vigiaram a vítima durante dois meses, seguindo seus passos para, consequentemente, executar o crime. Essa operação integrada dá o recado de que os órgãos de segurança não compactuam com essas condutas criminosas” – disse a promotora de Justiça, Carmen Eliza, do Gaeco.

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