Rio
Prefeitura inicia construção da primeira base da Força Municipal
Unidade no Leblon é a primeira das três bases da nova Força Municipal, criada para coibir crimes de rua no Rio
A Prefeitura do Rio deu início, nesta terça-feira (5), às obras da primeira base da Força Municipal, nova divisão de elite da Guarda Municipal com atuação voltada ao combate de crimes de rua, furtos e roubos. A unidade está sendo implantada na Praça Nossa Senhora Auxiliadora, no Leblon, a partir da reforma de uma estrutura já existente da Guarda.
Além do Leblon, outras duas bases estão previstas: uma no Parque Oeste, em Inhoaíba, e outra no Parque Piedade, na Zona Norte. Segundo o prefeito Eduardo Paes, a força será armada, mas com foco exclusivo em áreas de grande circulação de pessoas, sem atuar em ações como repressão ao tráfico, à milícia ou à ocupação territorial.
“Ao longo do tempo, iremos, com muito critério, cuidado e treinamento, além de organização e gestão, ampliar o tamanho da Força Municipal para que ela possa atender toda a cidade. É um processo novo que a prefeitura entra para poder colaborar com as forças de segurança do governo do estado”, afirmou o prefeito do Rio, Eduardo Paes.

Em sua fase inicial, o grupo de elite contará com três unidades operacionais, cada uma com cerca de 500 m² e capacidade para abrigar até 200 agentes, totalizando 600 guardas. As bases terão setores administrativos, refeitório, estacionamento, vestiários e paiol para armamentos. Todas as estruturas serão climatizadas e construídas com laje reforçada, blocos de concreto e portas de segurança.
De acordo com o secretário de Infraestrutura, Wanderson Santos, o investimento inicial na base do Leblon é de R$ 2,7 milhões, com projeto executado pela Rio-Urbe, vinculada à secretaria da pasta.
Como será o funcionamento e a gestão dos agentes?
Os guardas da Força Municipal terão atuação exclusiva, com foco nas regiões com maior incidência de delitos, com base em dados do sistema Compstat, adotado originalmente pela Polícia de Nova Iorque. Eles não atenderão ocorrências pelos números 190 ou 1746, nem atuarão em investigações criminais ou no controle de distúrbios e multidões.

Cada agente usará câmeras corporais, rádios invioláveis e equipamentos com GPS, permitindo o monitoramento total da atuação em campo. A atuação será sempre orientada por um Quadro de Missão Diária (QMD), elaborado a partir da mancha criminal das regiões atendidas. A gestão, segundo a Prefeitura do Rio, será marcada por transparência, com fiscalização independente via corregedoria, ouvidoria e interlocução com o Ministério Público.
Qual o impacto esperado na segurança pública do Rio?
Segundo Brenno Carnevale, secretário de Ordem Pública e futuro diretor-geral da Força Municipal, o novo grupamento vai contribuir diretamente para reduzir os índices de criminalidade. A estratégia envolve seleção rigorosa, treinamento de elite e bases estruturadas, permitindo uma resposta mais eficiente nas áreas de maior fluxo de pessoas.

“Começamos hoje um investimento importante da Prefeitura para que tenhamos uma base estruturada para os agentes, de onde eles vão poder se deslocar para suas missões”, destacou.
As ações serão coordenadas com as forças de segurança estaduais e discutidas regularmente entre a prefeitura e a cúpula da Guarda, a fim de definir estratégias com base em evidências, promovendo uma atuação integrada na cidade.