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Prefeitura do Rio inaugura Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira

Espaço abriga cerca de 2,5 mil itens, entre pinturas, esculturas e fotografias, além de trabalhos de artistas plásticos contemporâneos, na Região Portuária

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Muhcab
Prefeitura do Rio inaugura Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (Foto: Beth Santos/ Divulgação: Prefeitura do Rio)
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Prefeitura do Rio inaugura Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (Foto: Beth Santos/ Divulgação: Prefeitura do Rio)

No mês da Consciência Negra, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e o secretário municipal de Cultura, Marcus Faustini, inauguraram, nesta terça-feira (23), o Museu da História e Cultura Afro-Brasileira (Muhcab). Vizinho ao Cais do Valongo, na Gamboa, o espaço fica  localizado no prédio do Centro Cultural José Bonifácio e é um dos 15 pontos de memória que compõem a Pequena África, na Região Portuária.

O Museu foi criado em 2017, via decreto, mas nunca tinha sido aberto ao público. Na época, o Muhcab foi idealizado para ser um braço do centro de interpretação que ainda será criado para catalogar o acervo arqueológico encontrado naquela região. Foi definido como um museu de tipologia híbrida: museu de território, museu a céu aberto, museu de responsabilidade social e museu histórico. Está situado na Pequena África, região com papel fundamental no resgate, na preservação e revitalização da memória afro-brasileira e que tem como marco zero o Cais do Valongo. “Estamos no Novembro Negro, essa região é a nossa Pequena África. Fizemos um investimento grande para que  esse prédio funcione como uma espécie de farol que, junto com o Instituto dos Pretos Novos (IPN) e o Cais do Valongo,  possa chamar a atenção para a cultura do povo negro na formação da história da nossa cidade. E que assim, num futuro não tão distante, possamos construir uma sociedade mais justa e mais igual”, afirmou o prefeito.

No equipamento, o público terá a chance de conferir algumas das obras do acervo, que guarda aproximadamente 2,5 mil itens, entre pinturas, esculturas e fotografias, além de trabalhos de artistas plásticos contemporâneos, que dialogam com o espaço. Por ser um museu de território, as edificações e os elementos urbanos também são catalogados como acervo.

A atual gestão da Secretaria Municipal de Cultura executou a limpeza e o restauro das calhas para impedir vazamentos. As peças passaram por higienização, algumas também por pequenos restauros e ou ganharam uma nova moldura.

“O Muhcab surge com uma missão muito valiosa, que é trabalhar com a memória da cultura negra dessa região e, de alguma maneira, também apontar para o futuro de um Rio de Janeiro que assume a cultura negra como a sua centralidade. Esse espaço tem um acervo rico que trata da luta e a da resistência, além da potência artística do povo negro. É um passeio artístico e educativo para todas as famílias. É uma alegria muito grande apresentar esse museu para a população carioca e para os turistas”, disse o secretário Marcus Faustini.

Entre as obras do acervo que são destaques na exposição “Protagonismo: memória, orgulho e identidade”, que marca a retomada, estão  “Árvore Calcinada”, de Nelson Sargento; e “Sambistas”, de Heitor dos Prazeres, além de uma outra criada especialmente para o novo espaço (sem título), de Artedeft, artista que utiliza pintura e colagem digital para expor a realidade urbana e periférica. “O museu tem muitas obras que, a partir de agora, vão passar  por um tratamento de maior cuidado e carinho. Além da visitação do acervo, as pessoas vão poder fazer oficinas de teatro e percussão. É emocionante e uma alegria enorme reabrir esse espaço porque eu frequentei muito essa casa nos anos 90, quando ainda era um centro cultural.  Esse museu tem muita importância para o movimento negro”, contou o diretor-geral do Muhcab,  Leandro Santanna.

Confira a programação:

Terça-feira (23/11)

12h às 12h15 – Toque de abertura com o ogã e percussionista Kotoquinho, que faz uma apresentação de atabaque.

13h30 às 16h – Roda de samba – Tributo a Zé Ketti, com membros da família Ketti Meireles.

14h – Teatro: Cia Cerne apresenta o espetáculo “Turmalina 18 – 50”, sobre João Cândido, o Almirante Negro, líder da Revolta da Chibata, personagem marcante na luta por igualdade racial no Brasil.

16h – Roda de Jongo com o Fuzuê d’Aruanda, grupo que leva para as ruas de Madureira os ritmos e as danças da cultura popular.

 

Quinta-feira  (25/11)

18h – Roda de samba com As Mulheres da Pequena África, um grupo de resistência, para marcar o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher, uma data para reforçar a luta de combate e eliminação das várias formas de violência que vitimam as mulheres em todo o mundo.

 

Sábado (27/11)

16h –  Roda de conversa com o carnavalesco Leandro Vieira e a pesquisadora Helena Teodoro, sobre o tema “Enredos e identidades negras”.

15 Pontos da Pequena África

  1. Cais do Valongo, Patrimônio Mundial
  2. Mercado de escravos do Valongo
  3. Cemitério dos Pretos Novos – Instituto dos Pretos Novos (IPN)
  4. Muhcab (antiga Escola José Bonifácio)
  5. Praça da Harmonia – interpreta as Barricadas da Revolta da Vacina
  6. Sindicatos e associações negras – Sociedade da Resistência dos Trabalhadores do Trapiche e Café
  7. Casa de Machado de Assis
  8. Mirante da Pequena África
  9. Largo do Depósito/Praça dos Estivadores
  10. Trapiches e atividades portuárias da Rua da Saúde
  11. Pedra do Sal, Quilombo da Pedra do Sal e Rua São Francisco da Prainha
  12. Zungu Largo de São Francisco da Prainha
  13. Igreja São Francisco da Prainha
  14. Praça Mauá
  15. Igreja de Santa Rita
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