Quem era Marcos Vinícius, empresário assassinado na Barra do Rio

O empresário Marcos Vinícius Portugal Santos, de 41 anos, morto a tiros nesta segunda-feira na Barra da Tijuca, na Zona Sudoeste do Rio, havia viajado de Santa Catarina à capital fluminense para celebrar o aniversário de 19 anos do filho. Ele estava com o jovem e com a namorada do rapaz quando o carro da família foi alvo de disparos nas proximidades do BarraShopping.

Morador de Santa Catarina há cerca de oito anos, Marcos era fundador da Fly Executivos, empresa do ramo de aviação com sede em Curitiba. Nas redes sociais, publicava registros de viagens a destinos nacionais e internacionais, como Dubai, Fernando de Noronha, Paris e St. Moritz.

Qual era o histórico do empresário?

Embora exibisse uma rotina de viagens e negócios, Marcos respondia em liberdade a um processo por roubo registrado em 2010, no Flamengo, Zona Sul do Rio. Ele era acusado de pilotar a moto usada no assalto em que um menor subtraiu o celular de uma vítima. Em nota recente, sua defesa afirmou que Marcos trabalhava como mototaxista na época e que apenas transportava o passageiro.

O caso foi analisado em março pela Justiça do Rio, que negou pedido de habeas corpus por entender que havia indícios suficientes de autoria. A decisão citava depoimentos de uma policial militar que interceptou a dupla, além de testemunhas que reconheceram Marcos como mototaxista do Catete. A defesa alegava falta de provas e reforçava que a vítima não conseguiu reconhecer o condutor, que usava capacete.

O empresário também tinha condenação anterior por furto qualificado, com pena de três anos. Registros policiais entre 2005 e 2012 incluíam ocorrências por furto, roubo, lesão corporal, dano, perturbação do sossego e injúria, em Miguel Pereira e em delegacias da capital, como Copacabana, Ipanema e Catete.

Como ocorreu o ataque que matou Marcos Vinícius?

O empresário foi atingido por ao menos cinco disparos e levado ao Hospital Lourenço Jorge, onde morreu. O filho sofreu um ferimento de raspão e recebeu atendimento. Por causa do ataque, a 16ª DP (Barra da Tijuca) instaurou investigação, que será encaminhada à Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).

A perícia foi realizada no local, e policiais tentam obter imagens de câmeras de segurança para identificar o responsável. Testemunhas relataram que nenhum bem foi exigido da vítima, o que pode afastar a hipótese de tentativa de assalto. Segundo o advogado do empresário, Marcos nunca relatou ter recebido ameaças.

Amigos afirmaram que, horas antes do crime, durante a comemoração em uma boate na Gávea, Marcos teria se desentendido com outra pessoa.

O que diz a defesa do empresário?

Em nota, os advogados afirmam que Marcos não tinha ligação com o assalto de 2010 e que prestava serviço como mototaxista quando o passageiro foi flagrado com o celular. Destacam que o procedimento estava em fase inicial, sem condenação definitiva, e que o empresário permanecia primário, amparado pela presunção de inocência. O escritório também contesta a interpretação de que ele teria fugido da abordagem e nega tentativa de ocultação de identidade.