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Rio pode ter ondas de calor extremo a cada 4 anos, aponta estudo

Pesquisa europeia revela que mudanças climáticas triplicam a chance de novos eventos como o de 2023, quando sensação térmica chegou a 60 ºC

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Rio de Janeiro pode ter mudança brusca no clima em 07/07
Rio de Janeiro - Créditos: depositphotos.com / microgen

O Rio de Janeiro pode enfrentar ondas de calor extremo a cada quatro anos, caso o aquecimento global alcance a marca de 2 ºC. A projeção é de um estudo divulgado pela União Europeia de Geociências (EGU), que analisou o impacto das mudanças climáticas no evento histórico de novembro de 2023, quando os termômetros passaram de 40 ºC e a sensação térmica chegou perto dos 60 ºC.

Segundo a pesquisa, conduzida por especialistas da Universidade Complutense de Madrid, as temperaturas registradas seriam inviáveis no período pré-industrial. A principal causa apontada é a ação humana, especialmente pela queima de combustíveis fósseis e pelo desmatamento, fatores que intensificam os efeitos naturais de fenômenos como o El Niño.

Onda de calor histórica

Entre setembro de 2023 e março de 2024, o Rio viveu a época mais quente em 63 anos, com picos de até 9 ºC acima da média. Em novembro, alguns bairros registraram 43 ºC. Em 18 de novembro, mais de 600 óbitos foram registrados em um único dia, aumento de quase 50% em relação à média diária. Destes, cerca de 143 mortes tiveram relação direta com a exposição ao calor, segundo a Secretaria de Estado de Saúde.

Principais achados do estudo

Os cientistas analisaram dados meteorológicos de 1971 a 2024 em estações de diversas regiões do estado, como Alto da Boa Vista, Itaperuna, Campos, Cordeiro e Resende, cruzando as informações com índices globais e registros de óbitos. Entre as conclusões, destacam-se:

  • O El Niño teve influência, mas secundária em relação às mudanças climáticas.
  • O risco de ondas de calor extremo pode triplicar em cenários de maior aquecimento.
  • Idosos, pessoas com doenças crônicas e grupos vulneráveis são os mais afetados.
  • O calor intenso eleva casos de doenças cardíacas e respiratórias, aumentando a mortalidade.

Impactos e medidas necessárias

A pesquisa alerta que a capital fluminense precisa se preparar para os efeitos de eventos cada vez mais frequentes. Além da saúde pública, estão em risco a infraestrutura, os serviços essenciais e a resiliência urbana.

“As mudanças climáticas já não são uma ameaça distante: elas já estão intensificando o calor extremo no Brasil e custando vidas”, destacou a pesquisadora Soledad Collazo, autora principal do estudo.

Entre as medidas sugeridas estão: planejamento urbano adaptado ao clima, fortalecimento da rede de saúde, investimentos em infraestrutura resiliente e políticas públicas de mitigação para reduzir as emissões de gases do efeito estufa.

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