Rio
Sargento do Bope morre em operação após resgatar policial ferido no Alemão; veja vídeo
Sargento Cleiton Gonçalves resgatou colega ferido antes de ser atingido por tiro fatal durante operaçãoO sargento Cleiton Serafim Gonçalves, de 42 anos, do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), morreu durante a megaoperação nas comunidades da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, na última quinta-feira (28). Momentos antes de ser atingido, o policial participou do resgate de um companheiro ferido em meio ao tiroteio.
Imagens da câmera corporal do sargento registraram o momento em que ele ajuda a retirar um agente baleado de uma área de mata no Complexo do Alemão. O policial ferido, identificado como cabo Oliveira, foi socorrido e levado a um hospital. Segundo a corporação, ele está fora de perigo.
Confira o vídeo
Como ocorreu o resgate antes da morte do sargento
Durante o intenso confronto no Complexo do Alemão, o sargento Cleiton Gonçalves, do Bope, participou do resgate de um colega ferido na mata. Em imagens gravadas por câmeras corporais, é possível ouvir um dos policiais dizendo:
“O blindado não sobe aqui, vamos ter que descer com ele.” Pouco tempo depois de ajudar no salvamento, Cleiton foi atingido no abdômen durante um novo tiroteio. O militar, que ingressou na Polícia Militar em 2008, deixou esposa e uma filha.
O corpo foi velado na sede do Bope, no Rio, e sepultado no Cemitério de Mendes, no Sul Fluminense.

Na mesma operação, o sargento Walner Santana, do Batalhão de Ações com Cães (BAC), também foi baleado. As câmeras registraram o momento em que ele é atingido três vezes e resgatado pelos companheiros sob intenso fogo cruzado.
Mesmo cercados, os policiais improvisaram uma maca com lonas e conseguiram retirá-lo da área após uma hora e seis minutos de operação. Walner recebeu os primeiros socorros ainda no local e sobreviveu.
A ação também resultou nas mortes de outros três agentes de segurança: Heber Carvalho da Fonseca, 39 anos, do Bope; Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho, 51, policial civil; e Rodrigo Velloso Cabral, 34, policial civil.

Megaoperação teve 121 mortos e arsenal internacional apreendido
A ação mobilizou 2.500 agentes das polícias Civil e Militar e terminou com 121 mortos, sendo 117 suspeitos. Outras 113 pessoas foram presas, entre elas 33 de outros estados.
As forças de segurança apreenderam 120 armas, incluindo 93 fuzis — o maior número confiscado em um único dia na história do Rio de Janeiro. O prejuízo estimado ao crime organizado é de R$ 12,8 milhões.
Segundo a Coordenadoria de Fiscalização de Armas e Explosivos (CFAE), parte do arsenal veio de países como Venezuela, Argentina, Peru, Bélgica, Rússia, Alemanha e Brasil.