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Capital Fluminense

Teste do Pezinho: exame para detectar doenças raras precocemente teve redução de mais de 60% durante a pandemia

Apae Rio realiza ações para reforçar a importância do teste para a saúde da criança no Dia Nacional do Teste do Pezinho, dia 06

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Teste do pezinho
Teste do pezinho (Foto: Reprodução)

Levantamento realizado pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE RIO) revela que houve uma redução de 64% na realização do teste do pezinho em 2021, no estado do Rio de Janeiro, em relação ao ano anterior, como reflexo da pandemia da Covid-19. No ano passado foram realizados apenas 191.942 testes.

Para incentivar a procura pelo exame, fundamental para o diagnóstico precoce e tratamento de doenças raras em bebês, a instituição realiza uma série de ações no próximo dia 06 de junho, quando é celebrado o Dia Nacional do Teste do Pezinho.

A data tem como principal objetivo conscientizar a população e os profissionais de saúde sobre a relevância e a obrigatoriedade da triagem neonatal, que deve ser realizada entre o terceiro e quinto dia de vida do recém-nascido.

Atualmente, a triagem detecta seis doenças: Hipotireoidismo congênito, Hiperplasia adrenal congênita, Hemoglobinopatias e Anemia falciforme, Fibrose cística, Fenilcetonúria e Deficiência de biotinidade.

Fundamental para a saúde da criança, o teste do pezinho é realizado com a coleta de sangue do bebê e o resultado sai em apenas sete dias. Para fazer o exame basta uma gotinha de sangue retirada do calcanhar do bebê. Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 14 milhões de brasileiros sofrem de doenças raras e 75% dos casos manifestam-se na infância, o que reforça a importância do rastreamento precoce e início rápido do tratamento adequado.

“Apesar de já termos obtido inúmeros avanços quanto a conscientização sobre a necessidade da realização do teste do pezinho, a expansão de campanhas que abordem o tema ainda é muito necessária. Tanto a população em geral quanto muitos profissionais de saúde sabem sobre a existência do teste de triagem, mas muitos desconhecem informações fundamentais como quais os testes detectados, qual o período indicado para a realização e como acessar esses resultados ou o que fazer diante de um resultado alterado.”, alerta a endócrino-pediatra Helena Berbara, mestre em doenças raras pela UFRJ.

Segundo a especialista, que trabalha no atendimento aos pacientes da APAE Rio, o período recomendado para a realização do exame, do 3º ao 5º dia de vida, deve ser respeitado para aumentar a fidedignidade do resultado do teste. Ela explica que nas primeiras horas de vida, algumas enfermidades podem não ser detectadas ou serem de forma equivocada, aumentando a chance de resultados falsos positivos.

“Se a coleta de sangue também for feita depois deste período pode atrasar as intervenções e o tratamento específico, caso seja detectado algum problema”, complementa a médica.

Cristo Redentor ganha iluminação lilás em homenagem ao Dia Nacional do Teste do Pezinho

Entre as ações promovidas pela APAE Rio para conscientizar a população sobre a importância da realização do exame está a iluminação do Cristo Redentor, na cor lilás, em homenagem ao Dia Nacional do Teste do Pezinho. O monumento ganha iluminação com a cor símbolo da campanha das 18h às 19h na próxima segunda-feira, dia 6.

Na sede da APAE Rio, na Tijuca, bairro da Zona Norte, haverá, a partir das 10h, apresentação de coral e dança, além de palestras sobre o tema, com a presença do governador Cláudio Castro e outras autoridades. Familiares e pacientes atendidos na instituição também participam do evento.

Nova lei amplia número de doenças rastreadas pelo teste

Em maio do ano passado, começou a vigorar uma lei federal que amplia para 50 o número de doenças rastreadas pelo Teste do Pezinho oferecido pelo SUS ( Sistema Único de Saúde ).

Com a nova lei, o exame passará a abranger 14 grupos de doenças. Essa ampliação ocorrerá de forma escalonada e caberá ao Ministério da Saúde estabelecer os prazos para implementação de cada etapa do processo.

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